Servidores públicos do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) entraram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (15), em movimento que tem como principal reivindicação a recomposição salarial de 19,99%. A paralisação envolve docentes e também funcionários técnico-administrativos.
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O percentual de reajuste corresponde às perdas que os servidores públicos federais tiveram pela inflação acumulada de 2019 ao ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional (Sinafese), à frente do movimento.
A defasagem no salário ainda vai além do pedido de recomposição tratado como emergencial, já que professores não têm aumento há cinco anos e técnico-administrativos, há sete, também de acordo com o sindicato.
A entidade tem representação nacional e já está em greve desde o último dia 16 de maio. Só agora, no entanto, a seção catarinense do sindicato deflagrou a paralisação, aprovada em assembléia na última quinta (9).
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A reitoria do IFSC afirmou, ao Diário Catarinense, entender que a greve se trata de um direito do servidor e que irá acompanhar os setores afetados ao longo dos próximos dias. Disse ainda ter um acordo com o Sinafese-IFSC para que o conteúdo eventualmente represado no calendário estudantil seja reposto ao final do movimento.
Além da recomposição, a greve pede a revogação do regime de teto de gastos e a suspensão dos cortes orçamentários na educação, entre outras questões ligadas à carreira dos servidores.
Coordenadora-geral da seção sindical IFSC, Elenira Vilela, também professora do instituto, diz que o governo Jair Bolsonaro (PL) mostrou pouca disposição em negociar até aqui e que usa a Lei de Responsabilidade Fiscal e o regime de teto de gastos como argumentos para vetar o reajuste, o que é motivo de contestação.
— O governo cortou o orçamento da educação e teve um aumento grande na arrecadação. Então ele tem margem para dar o reajuste. Ele está escolhendo privilegiar orçamento secreto, obras superfaturadas, por exemplo, em vez de recompor ao servidor a inflação que o próprio governo Bolsonaro acabou promovendo — diz.
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A reportagem procurou os ministérios da Economia e da Educação. O primeiro deles afirmou que não iria se manifestar sobre o tema. O segundo não respondeu.
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