Milhares de iemenitas expressaram nesta segunda-feira sua revolta contra Arábia Saudita e Estados Unidos durante os funerais das crianças mortas em um bombardeio da coalizão internacional liderada pelas forças sauditas.
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A cerimônia fúnebre aconteceu na cidade de Saada, reduto dos rebeldes huthis no norte do Iêmen, segundo as imagens exibidas ao vivo pelo canal de TV Al Masirah, ligado aos rebeldes.
O presidente do “Comitê Revolucionário”, Mohamed Ali al-Huti, participou nos funerais, que viraram um grande protesto. O dirigente rebelde denunciou o “crime dos Estados Unidos e de seus aliados contra as crianças do Iêmen”.
Ao menos 29 menores de idade faleceram na quinta-feira passada durante um bombardeio aéreo contra um ônibus que circulava por um mercado muito frequentado em Dahyan, na província de Saada, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
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Os rebeldes huthis divulgaram um balanço mais elevado. O “ministro” da Saúde huthi, Taha el-Moutawakel, anunciou 51 mortos, incluindo 40 crianças, e 77 feridos, a maioria menores de idade.
Os caixões chegaram a uma grande praça de Saada a bordo de quase 50 veículos cobertos com bandeiras verdes.
Os ataúdes, também cobertos de verde e com os retratos das vítimas, foram colocados no chão para a cerimônia funerária.
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A multidão gritou frases contra os Estados Unidos e Israel e denunciou “um crime dos sauditas contra a infância iemenita”.
O canal de televisão rebelde não informou o número de crianças sepultadas nesta segunda-feira.
Após o violento bombardeio de 9 de agosto, a coalizão liderada pela Arábia Saudita anunciou que pretende iniciar uma investigação sobre o ataque.
A guerra do Iêmen deixou 10.000 mortos desde a intervenção da coalizão liderada pelos sauditas em março de 2015 e provocou a “pior crise humanitária” no mundo, segundo a ONU.
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* AFP