A coincidência de uma das mais tradicionais festas do candomblé na Bahia, o dia de Iemanjá, a rainha das águas, cair no sábado de Carnaval fez a alegria dos visitantes que estão em Salvador para aproveitar a folia de Momo. Já na noite de sexta-feira, enquanto Ivete Sangalo, Chiclete com Banana e Gilberto Gil, entre outros, desfilavam pelo Circuito Dodô (Barra-Ondina) e personalidades de várias áreas acompanhavam a festa dos camarotes, o bairro boêmio do Rio Vermelho, principal palco das homenagens à orixá, estava repleto de turistas, curiosos e encantados com a tradição de oferecer presentes à vaidosa rainha.

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Já no início da manhã deste sábado, moradores, religiosos e turistas começaram a chegar às centenas ao local, cheios de oferendas, seguindo uma tradição iniciada pelos pescadores do bairro em 1923. De acordo com o presidente da colônia de pescadores, Eurílio Menezes, com o tempo, a festa foi ganhando força na cidade e, em meados da década de 1960, ganhou a forma e a influência que tem hoje. Reza a tradição que, no raiar do dia, uma alvorada de fogos saúda a orixá, seguida de diversas manifestações religiosas. Por volta das 16h, o balaio que contém as oferendas reunidas nos principais terreiros de candomblé da capital baiana será lançado ao mar. Da oferenda, segue-se a festa, que não tem hora para terminar.

Neste ano, por causa da coincidência de datas com o Carnaval, a prefeitura de Salvador resolveu dar mais peso à celebração. Para isso, convocou o músico Carlinhos Brown para fazer a concepção artística da homenagem. No fim, foi concebido um evento que, da noite de sábado à madrugada de domingo, é integrado por cinco palcos, nos quais os visitantes poderão acompanhar espetáculos musicais de todos os gêneros – do samba-de-roda do recôncavo ao rock, passando por bossa-nova e, claro, axé.