Após ter caído em 2016, o investimento estrangeiro direto (IED) deverá aumentar 10% em nível mundial em 2017, embora a incerteza ligada ao Brexit e ao governo de Donald Trump possam contê-lo – indicou a ONU em um relatório divulgado nesta quarta-feira (1º).

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Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês), os IEDs caíram 13% em 2016.

Em 2017, os IEDs devem subir 10%, em parte graças ao aumento das matérias-primas e da melhora da indústria manufatureira, indicou o secretário-geral da Unctad, Mukhisa Kituyi, citado em um comunicado.

“No entanto, ainda restam muitas incógnitas sobre como serão as futuras políticas econômicas que poderiam frear os IEDs no curto prazo”, acrescentou.

Segundo o diretor da divisão de investimentos e empresas da Unctad, James Zhan, “estamos em um período difícil”, em que “tudo é possível”.

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“O problema é a incerteza política”, mas também a incerteza “geopolítica”, com riscos no Sudeste Asiático e no Oriente Médio, explicou em uma coletiva de imprensa.

“É ano eleitoral em alguns grandes países europeus, e isso aumenta a incerteza das políticas comerciais e de investimento, das políticas fiscais e das políticas em matéria de concorrência”, reforçou.

“Também há uma nova administração nos Estados Unidos e ainda não sabemos o que acontecerá (…) Também há uma grande incerteza pelo Brexit”, assegurou.

Por região, o IED caiu na Europa (-29%), nas regiões em desenvolvimento da Ásia (-22%) e na América Latina e Caribe (-19%).

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Na África, o IED praticamente estagnou (-5%) enquanto evoluiu na América do Norte (+6%) e disparou 38% nos chamados países em transição. Também aumentou consideravelmente no Japão e na Austrália.

Na Ásia, a queda de IED foi notada, sobretudo, em Hong Kong, Tailândia, Cingapura e Turquia. Na China, aumentou 2,3%, a um recorde de 42 bilhões de dólares.

Em 2016, os Estados Unidos continuaram sendo o principal país de recebimento de IED, à frente de Reino Unido e China.

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