Um homem* de 81 anos foi preso em Joinville nesta quinta-feira após ser condenado por abuso sexual. O caso vinha sendo acompanhado pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) desde o primeiro semestre de 2016. À época, a DPCAMI solicitou a prisão preventiva do senhor, mas o pedido foi negado. Nesta quarta-feira foi emitido um mandado de prisão, com a condenação do idoso à pena de 70 anos.

Continua depois da publicidade

De acordo com a investigação, os crimes ocorreram entre 2005 e 2015, quando o idoso cometeu repetidamente atos libidinosos em cinco netas. As crianças tinham entre um e 12 anos. O senhor ameaçava as crianças de morte e também dizia que mataria os seus familiares caso elas contassem para alguém sobre os abusos. A situação veio à tona quando um familiar encaminhou, no primeiro semestre de 2016, uma carta anônima para a delegacia denunciando os abusos.

— A partir dessa denúncia, nós fizemos contato com as vítimas. Elas foram ouvidas pela psicóloga policial e concluíram que havia fortes indícios de que elas sofriam abuso sexual, os relatos eram convergentes — afirma a delegada da DPCAMI, Georgia Marrianny Gonçalves Bastos.

As investigações apontaram que o senhor se masturbava na companhia das meninas, às vezes tocando-as, representando estupro de vulnerável. Segundo a delegada Geórgia, esse tipo de crime ocorre, principalmente, quando existe algum tipo de vínculo entre a vítima e o agressor, porque exige uma relação de confiança para “facilitar” o ato.

A prisão do idoso ocorreu na tarde desta quinta-feira em Joinville, após ele retornar de uma viagem a Curitiba, no Paraná. Ainda de acordo com a delegada, alguns familiares, que não tinham envolvimento direto com as vítimas, “protegiam” o condenado, por se tratar de um parente e uma pessoa com mais idade.

Continua depois da publicidade

— Durante a prisão, nós percebemos que os familiares próximos resistiram, nos receberam com desconfiança e relutaram para informar onde ele estava — garante Georgia.

*O nome do agressor não será divulgado para preservar a identidade das vítimas.