Meia hora de espera para a chegada do socorro foi tempo suficiente para que familiares e vizinhos de um idoso questionassem a agilidade do Samu no deslocamento até ele, na manhã de ontem, em Joinville.

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Vítima de um mal súbito, Laurindo Gonçalves não resistiu e morreu ainda dentro da ambulância, a caminho do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt. Ele era cadeirante e esperava o ônibus na rua Max Pruner, no Ulysses Guimarães, para ir até o Centro.

Foi quando passou mal e chamou a atenção de moradores. A primeira ligação para a emergência, segundo vizinhos, ocorreu às 8h47. Enquanto falava com uma médica pelo telefone, a programadora Priscila Siqueira, 31 anos, recebia orientações para garantir os primeiros socorros a Laurindo.

– Fiz apenas o que me recomendaram até que os profissionais viessem -, diz Priscila. Houve reclamação porque os paramédicos só chegaram ao local às 9h20.

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– Naquela hora, ele já parecia não ter mais sinais vitais -, diz a moradora.

Ela e outros vizinhos também estranharam que duas ambulâncias foram deslocadas para atender Laurindo. Em uma ligação de retorno à chamada de emergência, um operador do Samu confirmou o horário em que a ligação foi registrada e o tempo levado até o deslocamento.

Conforme o funcionário, “a prestatividade foi rápida” na emergência. A distância de onde a ambulância estava, na rua Aquidaban, até a rua Max Pruner é de aproximadamente oito quilômetros.

– Precisamos saber o que houve, até para que não se repita com outras vítimas -, lamenta Agnaldo Evangelista Teixeira, 38 anos, genro de Laurindo.

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Morador do Ulysses Guimarães, o cadeirante usava há anos uma bicicleta adaptada para suas necessidades – o veículo chamava a atenção por ser pedalado.

Ele pedalava até o ponto de ônibus diariamente e seguia de coletivo até o terminal urbano. No Centro, Laurindo vendia cocadas para complementar a renda.

A Organização Mundial da Saúde recomenda uma ambulância para cada 150 mil habitantes. Joinville precisa de quatro viaturas em funcionamento. O Samu conta com quatro rodando e uma de reserva.

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Contraponto

“A Notícia” entrou em contato com a SPDM/Pais. Trata-se de uma associação civil responsável, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, pela administração do Samu em 23 municípios, incluindo Joinville. Até o fechamento desta edição, a associação não havia respondido ao e-mail enviado no início da tarde.