Perto das 22 horas de quarta-feira, quando todos se recolhiam para dormir, seu Lauro Back, de 64 anos, começou a passar mal e a sentir falta de ar. Ele vivia com a irmã Maria Terezinha, 55, e o cunhado Luiz Pereira, 69, que é cadeirante, no bairro Aventureiro, na zona Leste de Joinville.

Continua depois da publicidade

Foi quando teria ocorrido a primeira ligação para a emergência do Samu. Após ter o atendimento supostamente negado, Lauro voltou a conseguir respirar. Minutos depois, ocorreu uma nova crise e a segunda ligação para o Samu também não teve sucesso.

A terceira e última crise teria ocorrido por volta de 5 horas de quinta. Mas, desta vez, Lauro não resistiu. A ambulância foi até o local e os socorristas constataram a morte. Seu Lauro foi enterrado nesta sexta-feira em Anitápolis, sua cidade natal.

Lauro sofria de câncer e estava acamado desde o início do ano. Ele dependia de uma sonda para poder urinar. De acordo com Luiz, quando começou a crise, os músculos do cunhado travaram impossibilitando a movimentação de todo o corpo dele, além de falhar a respiração.

Continua depois da publicidade

– Eles me disseram para levá-lo ao hospital. Mas como eu poderia levar se sou deficiente físico? Por que não vieram aqui olhar a situação dele quando liguei? – questionou.

Luiz disse que também tentou ligar para os demais serviços de emergência (bombeiros e Polícia Militar) e que, ainda assim, não conseguiu uma ambulância. Porém, a família insistiu atendimento com o Samu por saber que o serviço dispõe de UTI móvel e normalmente atende aos casos clínicos.

– Meu cunhado morreu por negligência. Quando já estava morrendo aí sim eles vieram – lamentou.

Continua depois da publicidade

Contraponto

A reportagem de “AN” procurou a unidade do Samu na rua Max Colin e o serviço de emergência que funciona dentro do complexo do 8º Batalhão da Polícia Militar. Nos dois lugares não foi possível falar com nenhum responsável para ouvir a versão do Samu sobre o caso. Um dos servidores pediu para retornar na segunda-feira e falar com a médica responsável.