Há quase um mês, José Machado Netto, 81 anos, sofreu uma queda em casa e começou a sentir fortes dores na coxa. O senhor, morador de Barra Velha, precisou ser encaminhado ao Hospital Municipal São José, em Joinville, porque necessitava de atendimento especializado que o município de origem não possui. Na data, a família acreditava que rapidamente ele seria atendido e liberado.
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— A queda aconteceu de madrugada. Ele acordou e eu só escutei um barulho. O tio está internado desde o dia 4 de novembro — afirma Ederson Luciano, 36 anos, sobrinho de José.
Durante a internação, foi constatada uma fratura do fêmur direito, necessitando da colocação de uma prótese. Segundo Ederson, como o hospital não possuía o equipamento, foi realizado o pedido do material. Mais de um mês depois da internação de José, a prótese ainda não foi colocada.
— Esses dias, avisaram que chegou uma encomenda com várias próteses, mas falaram que era de má qualidade. Sempre dão uma desculpa diferente, parece que estão nos enrolando — reclama o sobrinho.
Além da demora, o senhor adquiriu uma bactéria no início de dezembro no hospital e precisou ser colocado em isolamento. Para o sobrinho, José só contraiu a doença pelo longo período de internação na unidade.
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— Ele estava internado em um quarto coletivo e, durante exame de rotina, constataram essa ‘superbactéria’. Eu nem sei se tem cura — garante.
Mudança de rotina para a família
O idoso, morador do litoral, tinha uma ‘saúde de ferro’, conforme Ederson. Realizava as tarefas do dia a dia sem necessitar da ajuda da família e gostava de andar na rua e voltar. Mas, neste momento, o sobrinho teme pela saúde do senhor, já que está muito enfraquecido.
A estadia de José representa também uma mudança na rotina da família. Como todos residem em Barra Velha, os parentes se revezam e vêm a Joinville para que permaneça sempre um acompanhante ao lado do idoso. Luzia Julia Albanais, 36 anos, sobrinha de José, explica que, por causa da demora, o senhor tem ficado a cada dia mais fraco.
— Ele está há 32 dias aqui e está bem ruim. Por causa da dor na perna, ele quase nem consegue se mexer e está bem fraco — explica Luzia.
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Em nota, a Prefeitura informou que as próteses já chegaram e o paciente vai recebê-las mediante avaliação clínica. Assim que confirmadas as condições para tal procedimento, será feito o agendamento para a cirurgia de implantação do material. Questionada sobre a possibilidade e de quantos casos de superbactéria teriam ocorrido no Hospital, o governo municipal afirmou que o “Hospital Municipal São José não confirma o quadro de infecção de ‘superbactéria’”.