Idosa morta após ser atropelada em Joinville não quis viajar com a família para ir à missa de Páscoa neste domingo

“Ela não quis ir para a praia com a gente para não faltar à missa de Páscoa”. É com essa frase que a nora de Avelina Biz Betta começa a contar sobre a vida da viúva que morreu em um acidente de trânsito no último domingo.

Avelina tinha três certezas na vida: fé em Cristo, amor dos netos e a certeza de preparar um bom prato de comida para a família. Avelina também tinha três prazeres na vida: ir para a igreja rezar, assistir a novelas na televisão e cozinhar. A viúva morava com a família em um prédio próximo da igreja Nossa Senhora do Socorro, no bairro Costa e Silva, em Joinville.

>>Senhora de 81 anos morre atropelada no Domingo de Páscoa em Joinville

A nora dela, Claudia Wrobel Carneiro, de 36 anos, comenta que Avelina veio morar com os filhos, netos e bisnetos em Joinville depois de ficar viúva há sete anos. Avelina gostava de agradar a família preparando os almoços e jantares e foi isso que fez no último dia de sua vida. A família tinha ido passar o feriado de Páscoa na praia, mas Avelina não quis ir junto. Preferiu ficar na cidade para celebrar o renascimento de Cristo na missa de Páscoa com os irmãos da igreja.

Ela frequentava a igreja nas manhãs de domingo. Porém, na manhã do último domingo, não conseguiu acordar a tempo e deixou para ir à noite, na missa das 19 horas. Antes de sair de casa, deixou pronto o jantar para a família: costela assada com polenta e aipim frito, uma de suas especialidades. Claudia soube do atropelamento minutos depois, assim que chegou em casa.

– Todos os vizinhos escutaram o barulho e correram para a rua, quando cheguei lá ela já estava sem vida – conta.

Claudia lembra que a filha de seis anos estava em casa e conseguiu se despedir da avó, que ainda estava consciente depois do atropelamento, mas não resistiu ao ferimento na cabeça e morreu no local.

– Ela ainda teve forças para dizer à minha filha que iria ficar tudo bem – diz.

Avelina tinha seis filhos, 19 netos e 12 bisnetos. Claudia conta que vai sentir saudade de almoçar com a sogra e até de discutir algumas teimosias com ela.

– Queria ter podido dizer o quanto a gente a amava.