Uma idosa de 107 anos será indenizada após ter o saque do salário dificultado por um banco em Florianópolis diversas vezes. A aposentada é analfabeta, só conseguia receber o dinheiro após constrangimentos e muita insistência, segundo o Tribunal de Justiça. Ela tinha o acesso à aposentadoria negado, mesmo com documentos que compravam sua identidade sem necessidade de assinatura e com procurações que permitiam que o filho retirasse o dinheiro. 

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De acordo com o Tribunal de Justiça, o banco deverá pagar R$ 8 mil para a idosa. A sentença foi da juíza da 1ª Vara Cível da Capital, Eliane de Albuquerque, que afirmou que a falha na prestação de serviço causou uma privação do sustento da idosa e também um abalo emocional. 

Conforme o processo, os problemas começaram depois que a idosa perdeu o cartão vinculado à conta-corrente em que recebia o benefício. Na primeira vez em que foi sacar o dinheiro na boca do caixa, ela foi impedida porque atendentes exigiram a sua assinatura e a carteira de identidade. Apesar de ter o documento, a idosa é analfabeta e não poderia cumprir a exigência da assinatura. De acordo com o processo, apenas após muito constrangimento o banco aceitou entregar o salário da autora em mãos.

No mês seguinte, o banco novamente exigiu a assinatura da idosa para desbloquear o cartão. Na ocasião, ela foi informada que seu filho poderia fazer a movimentação em seu nome com uma procuração, que ela já possuía, mas não foi aceita. 

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Nas semanas seguintes, o banco rejeitou outras duas procurações, com intervalos de análise. Sem conseguir resolver o impasse, a aposentada recorreu à justiça. 

Além da indenização, se o banco não dar o acesso da idosa à própria conta-corrente, pode pagar multa de até R$ 20 mil. A decisão cabe recurso.