Até hoje ecoa nas arquibancadas do Estádio Augusto Bauer um hino que lembra do ano mais importante da história do Brusque Futebol Clube: 1992. Ano em que o time com cinco primaveras de vida foi campeão catarinense em uma final épica contra o Avaí, decidida na prorrogação no próprio berço da fiação catarinense. Em 1993, o Brusque participava pela primeira vez da Copa do Brasil. A estreia contra o União Bandeirantes-PR foi marcada por um 2 a 2 no estádio do clube paranaense, com dois gols marcados por um volante que até hoje é lembrado como um dos jogadores mais importantes da história do clube do Vale.

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Edemar Luiz Aléssio, o Palmito, estava na campanha do título catarinense de 1992 e foi a primeira pessoa a balançar as redes de um campeonato nacional com a camisa quadricolor. Com passagens vitoriosas por quase outros clubes de Santa Catarina (especialmente JEC e Criciúma), Palmito escolheu Brusque para viver e hoje, aos 58 anos, acompanha de perto o time que ajudou a escrever a história dentro das quatro linhas.

– A maior frustração da minha carreira é não ter jogado a partida de volta contra o União Bandeirantes. Machuquei o tornozelo na partida anterior e não pude entrar em campo. A gente tinha que ter vencido aquele jogo, aí classificaríamos para a próxima fase para enfrentar o Grêmio – lembra, falando sobre a eliminação do Brusque na Copa do Brasil de 1993. Depois do 2 a 2 em que ele marcou duas vezes, o time perdeu por 1 a 0, dentro de casa, e ficou fora da competição.

Passados 24 anos, o Brusque superou o avanço daquela primeira campanha e faz hoje o jogo que pode mudar a história e o ano daquele hino cantado pela torcida no estádio. Contra o Corinthians pela Copa do Brasil, o clube disputa uma das partidas mais importantes da história e pode coroar 2017 – quando completa 30 anos de fundação – como o mais impactante de todos.

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– Não dá para comparar o time do Corinthians com o do Brusque, mas futebol é momento. O campo é pequeno, vai ter pressão da torcida e os jogadores vão jogar a partida da vida deles. Confio no Bruscão – diz o ex-volante, que hoje evita ir ao estádio pelo nervosismo e a perna inquieta que anseia entrar em campo e chutar a bola.

Palmito ainda arrisca um palpite: 1 a 1 no tempo regulamentar, com disputa de pênaltis e vitória do time da casa, para delírio da torcida que esgotou os ingressos já na semana passada. E experiência para palpitar o meia tem, já que cansou de enfrentar times grandes como Vasco, Flamengo e Corinthians nos anos 1980 com a camisa do JEC.

– O Brusque tem que aproveitar esse momento para mostrar que pode ser grande. Que merece um estádio maior, investimento em categorias de base e apoio. É um jogo que pode alavancar o esporte da cidade.

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Quem viveu a história uma vez acredita. Quem sabe, daqui para frente, a torcida brusquense passa a cantar que “foi em 2017 que eu vi acontecer…”.