A Fundação Gala-Salvador Dalí anunciou nesta terça-feira a identificação de duas obras com paisagens oníricas pintadas pelo gênio surrealista em 1930, que não tinham a autoria confirmada até agora.
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As obras, com os títulos “Simulacro da noite” (foto no alto) e “Livre inclinação do desejo” (abaixo), apresentam traços característicos do imaginário onírico de Dalí (1904-1989) e, apesar das suspeitas dos especialistas da fundação sobre sua existência, não haviam conseguido localizar nem atribuir os quadros ao artista espanhol.
Fundação Gala-Salvador Dalí/ AFP PHOTO
– São obras da época surrealista de Dalí, ambas muito significativas. Observamos as típicas paisagens oníricas de Dalí, com sombras, grandes pedestais. As imagens haviam sido identificadas, mas não sabíamos onde estavam nem como ligá-las a Dalí. Diziam que eram dele, mas precisávamos verificar – afirmou Montse Aguer, diretora do Centro de Estudos Dalinianos ligado à fundação.
A descoberta aconteceu a partir de exaustivo trabalho de busca em bibliografia especializada e recortes antigos da imprensa. Os especialistas descobriram que as duas obras foram expostas ao público, mas apenas uma vez.
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A primeira delas, “Simulacro da noite”, apareceu em uma mostra em San Francisco, nos Estados Unidos, em 1965, enquanto “Livre inclinação do desejo” foi incluída em uma mostra surrealista de 1935 em Santa Cruz de Tenerife, na Espanha, na qual também havia obras de outro grande pintor espanhol do século 20, Pablo Picasso.
A descoberta das duas obras é parte de um projeto de catalogação e publicação digital de toda a obra do gênio surrealista, iniciada pela fundação em 2004 para “reunir e compartilhar informações precisas das obras pictóricas” de Dalí.