Um chip, instalado sob a pele, servirá como carteira de identidade para cães e gatos em Camboriú. Cadastrados e identificados, eles terão uma proteção a mais contra o abandono, problema recorrente na cidade que tem mais de 30 mil animais – praticamente um para cada dois habitantes.

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Dois veterinários efetivos foram contratados pelo município e um trailer está sendo equipado para o serviço. Os procedimentos gratuitos também incluem esterilização e castração.

O projeto, que tem previsão de iniciar em janeiro, vai passar por todos os bairros da cidade e deve se estender a filhotes e animais adultos, abandonados ou não. A ideia é evitar que cães e gatos sejam transmissores de doenças e vítimas ou causadores de acidentes. Semanalmente, pelo menos três avisos de animais atropelados chegam à Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Camboriú.

– Temos muito problema com animais acidentados e esse é um dos principais motivos para trabalharmos com a posse consciente – diz o secretário, Márcio Rosa.

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Além dos cães e gatos que vivem na rua, há casos em que o animal, mesmo tendo um dono, tem liberdade para circular, o que o expõe a riscos. Com o chip, os bichos soltos poderão ser identificados através de um cadastro, e os donos, responsabilizados.

A exigência de que todos os animais recebam o chip – e a definição de penalidades para quem se negar ao procedimento – dependerá da aprovação de lei municipal, que deve ocorrer nos próximos meses. Hoje, a comprovação do abandono pode acarretar ao dono um processo por maus-tratos.

Modelo

A expectativa é que o projeto custe de R$ 150 a 200 mil ao ano para Camboriú – um valor que, na avaliação do secretário, reverterá na contenção da população animal. _ Em dois anos de trabalho, poderemos ter bons resultados – acredita Rosa.

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A iniciativa de Camboriú já inspira outros municípios na região. Em Itapema, a Câmara de Vereadores aprovou um projeto de lei que obriga pet shops e locais de doação a só entregarem filhotes castrados e identificados por chips. Para que passe a valer, porém, a lei dependerá da homologação do prefeito Sabino Bussanello. O texto está em análise na procuradoria jurídica do município.

Chip é tendência mundial, diz veterinário

Com mais de 800 cães e gatos abrigados e uma média de 100 doações por mês, a ONG Viva Bicho, de Balneário Camboriú, adotou os chips para identificar os animais grandes e evitar que sejam abandonados novamente após a doação. A opção pelos cães grandes ocorreu porque o problema é mais raro entre animais pequenos.

– Acontecia muito de a pessoa adotar um rottweiler, por exemplo, e acabar abandonando de novo. Hoje explicamos que haverá acompanhamento, que o animal terá um chip e o abandono diminuiu muito – diz Cristina Vitorini, que é funcionária da ONG.

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Veterinário do Núcleo de Controle de Zoonoses de Itajaí, Denilson Vargas da Silva diz que a iniciativa de Camboriú, de estender a esterilização e os chips a todos os cães e gatos da cidade, é pioneira na região e um importante investimento em saúde pública:

– A identificação por chip acompanhada de castração é uma tendência mundial e uma das melhores formas de controlar as populações. Segundo ele, o que o animal sente com a instalação do dispositivo é uma picada, como uma injeção:

– Se o procedimento for feito por um médico veterinário, certamente o animal não vai sofrer. Na verdade, se pudessem eles optariam por ter um chip – diz o veterinário.

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