Sol e calor fazem a alegria de milhares de moradores e turistas a cada verão, mas as praias lotadas do Litoral Norte nem sempre são sinônimo de tranquilidade. Com tanta gente ocupando o mesmo espaço, não é difícil observar crianças perdidas dos pais, procurando assustadas pela segurança dos familiares. Só entre outubro de 2013 e janeiro de 2014 foram 166 casos em Balneário Camboriú – a cidade que concentra o maior número das 363 ocorrências catarinenses nesse período, conforme dados do Corpo de Bombeiros.
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Para controlar a situação e garantir que todos os meninos e meninas sejam encontrados o mais rápido possível, o município trabalha na 11ª edição de um projeto que já é referência e hoje inspira direta ou indiretamente outras ações pelo Estado: a orientação e identificação por pulseirinhas. O resultado não deixa dúvidas do sucesso, já que nenhum dos 12 desaparecimentos registrados em Santa Catarina nos últimos meses ocorreu em Balneário.
Distribuição
A distribuição das pulseiras faz parte do Projeto Praia Limpa, da Secretaria de Meio Ambiente de Balneário. O programa também foca na conscientização ambiental, com conversas sobre o tema com os veranistas e entrega de cinzeiros e sacolas ecológicas na orla. Todo o material é distribuído por 40 monitores do projeto, que são alunos ou estagiários de cursos ligados ao meio ambiente no Instituto Federal Catarinense ou em universidades da região.
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O trabalho ocorre de 2 de janeiro a 15 de fevereiro na Praia Central, que é dividida em cinco faixas de atuação. Em cada setor a pulseira entregue às famílias tem uma cor diferente, facilitando o trabalho dos agentes de segurança na hora de procurar uma criança. Com este mesmo objetivo, as pulseiras têm ainda a numeração da barraca de milho mais próxima, além de nome e telefone para contato.
– Não posso afirmar que é pioneiro, mas eu não conheço outra cidade que tenha esse tipo de projeto. E a resposta é muito satisfatória, tanto das pessoas que já chegam na praia esperando as pulseirinhas quanto de representantes de outros municípios, que entram em contato conosco pedindo mais detalhes do programa – comenta o coordenador do Praia Limpa, Rogério Kunver. (Colaborou Mariana Della Justina)
Como funciona em outras cidades da região
Balneário Piçarras
Não tem projeto específico para a segurança das crianças na orla
Bombinhas
Nesta temporada a cidade promove pela primeira vez um projeto para a segurança das crianças na orla. Por meio do programa Summer Beach, ocorrem blitze educativas nas praias, com identificação das crianças com pulseirinhas
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Itajaí
Não tem projeto específico para a segurança das crianças na orla
Itapema
O programa Criança Segura promove, de 25 de dezembro até o Carnaval, ações semelhantes às que ocorrem em Balneário. As pulseirinhas são distribuídas na Praia Central e na Meia Praia, e em ambas a orla é dividida por faixas e cores para facilitar o trabalho dos agentes de segurança. Por enquanto não há entrega de outros materiais, como panfletos educativos ou sacolas ecológicas. A Secretaria de Turismo não soube informar se o projeto já existia em anos anteriores, quando outra gestão administrava o município.
Navegantes
Por enquanto não há projeto específico para a segurança das crianças na orla, mas a Secretaria de Turismo afirma que um projeto semelhante ao de Balneário será implantado na próxima temporada.
Penha
Não tem projeto específico para a segurança das crianças na orla
Porto Belo
Não tem projeto específico para a segurança das crianças na orla. A Fundação Municipal de Turismo afirma que o perfil do turista e a demanda das praias na cidade não exigem ações desse tipo, pelo menos por enquanto.
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