Não se trata de alimentar um saudosismo gratuito, mas sim de conhecer as histórias e tradições que moldaram a cidade que temos hoje.
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Ponto de encontro de gerações de Florianópolis e região, o tradicional Kayskidum fecha as portas definitivamente daqui a duas semanas depois de quatro décadas de atividades na Avenida Beira-Mar Norte, no Centro. Entende-se o mérito da decisão empresarial e dos interesses comerciais e particulares relacionados, mas o encerramento do negócio leva a uma reflexão sobre a memória empresarial, cultural, comportamental e gastronômica de uma cidade. E como, aos poucos e quase imperceptivelmente, mudam cenários, costumes e referências tão caras e especiais aos moradores e visitantes.
Etimologicamente, a palavra nostalgia é formada pelos termos gregos nostós – que significa regresso à casa – e álgos – que significa dor, tristeza causada pela distância em relação a um lugar, pessoas ou coisas. É esse sentimento nostálgico e de saudade que toma conta dos moradores da Capital, e é compartilhado pelo Diário Catarinense, toda vez que se fecha uma porta como o Kayskidum.
É mais um ícone que desaparece, a exemplo de tantos outros que se foram nas últimas décadas. Alguns reverenciados até hoje, como o Miramar, que reuniu a elite econômica e cultural florianopolitana de setembro de 1928 até outubro de 1974, quando cedeu lugar ao aterro da Baía Sul. Outros ainda presentes nas lembranças de boa parte dos moradores do Centro na década de 80, como o bar Agapito da Rua Bocaiúva.
Não se trata de alimentar um saudosismo gratuito e, muito menos de estimular um discurso de que o passado era melhor e que a modernização descaracteriza o ambiente urbano a que estamos acostumados, mas sim de conhecer as histórias e tradições que moldaram a cidade que temos hoje. E de que precisamos valorizar as identidades locais. Por fim, é importante que se faça um alerta às autoridades para esforço permanente no sentido de valorização de alguns símbolos da nossa história sentimental.
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As próximas gerações agradecem.