Blindada pela base governista e guarnecida por dois pareceres que a isentavam de participação nas supostas irregularidades na compra de 28 lanchas pelo Ministério da Pesca, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, depôs, na quarta-feira, na Câmara.

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Dos 23 deputados presentes à sessão da Comissão de Fiscalização e Controle, somente sete fizeram perguntas, todos da oposição. Ideli havia sido convocada para explicar as denúncias de que a empresa Intech Boating, que mantinha contrato de R$ 31 milhões com o Ministério da Pesca, havia doado R$ 150 mil para a campanha da ministra ao governo do Estado em 2010.

Diante de um plenário lotado, ela começou sua explanação apresentando em um telão a decisão da Comissão de Ética Pública, que por unanimidade arquivou a denúncia apresentada contra ela pelo PSDB. Em seguida, mostrou uma certidão do Tribunal de Contas da União afirmando que não havia qualquer processo em andamento.

– Quando cheguei ao ministério, o cronograma de pagamentos estava definido. Não existia qualquer veto dos órgãos de controle à compra das lanchas – argumentou Ideli.

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A ministra negou que tenha pedido doação à empresa e salientou que o repasse havia sido feito para o comitê financeiro do PT de Santa Catarina, e não diretamente à sua campanha.

Os parlamentares da base governista se revezavam na defesa da ministra. A oposição, porém, aproveitava todas as oportunidades para alfinetar. Diante de uma resposta de Ideli sobre a pesca de atum no Rio Grande do Norte, Anthony Garotinho (PR-RJ) provocou:

– A senhora fez uma belíssima explanação sobre o atum, mas a nossa preocupação aqui é com o robalo.

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