Os problemas urbanísticos que Barcelona teve de enfrentar há duas décadas são os que Florianópolis precisa resolver hoje. A capital catarinense foi construída de costas para o mar e com problemas de mobilidade.

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Era assim a cidade da Espanha, que conseguiu reverter essa situação com as intervenções para as Olimpíadas de 1992. Florianópolis não precisa esperar por um grande evento para trabalhar as ideias espanholas.

O professor Francesc Ventura, da Universidade Politécnica da Catalunha, esteve na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na última semana, para uma palestra sobre mobilidade. Ele foi o diretor de arquitetura e habitação do governo da Catalunha em 1992, comunidade autônoma da Espanha onde fica Barcelona. A principal ação na cidade europeia foi priorizar os pedestres, ciclistas e transporte coletivo.

Confira as ideias

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Conforme a arquiteta urbanista e professora da UFSC Dora Orth, Florianópolis está cada vez mais distanciada do mar por causa da prática de aterrar para criar novas avenidas.

– A cidade cresce e não se prevê os espaço necessários. Então a saída são sempre os aterros – observa.

Cidades europeias planejam a longo prazo

Segundo a arquiteta urbanista Silvia Ribeiro Lenzi, consultora aposentada do Instituto de Planejamento Urbano (Ipuf), todos os projetos de mobilidade em discussão na Capital deveriam passar pela análise do órgão municipal, inclusive os projetos executados pelo Estado. A diferença das cidades europeias, que conseguiram vencer os problemas de urbanismo e mobilidade, foi justamente planejar a longo prazo.

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– Aqui a visão da gestão pública é ainda muito imediatista. Além de recompor o Ipuf, que está com defasagem de especialistas, município e Estado deveriam parar com os discursos isolados e alinhá-los com o plano diretor – defende Silvia.