O principal afluente do rio Ratones, que desemboca no mar na região do Sambaqui, Daniela e Jurerê, é o rio Papaquara. Ele nasce na região de Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus e vai até a região de Ratones. Nele, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Casan despeja efluentes, os resíduos do esgoto tratado. Porém, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) contesta esse ato. com base na legislação ambiental de que o Papaquara é um rio de nível 1 por estar dentro de uma reserva ambiental, a Carijós, administrada pelo ICMBio.
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Por isso, o local não deveria receber qualquer tipo de resíduo de esgoto. Mesmo assim, a Casan afirma ter o licenciamento ambiental para funcionamento da Fatma há mais de 20 anos e diz que é preciso lançar os efluentes em algum ponto. Na sexta-feira, o chefe da Estação Biológica de Carijós e oceanógrafo do ICMBio, Sílvio Souza, finalizou um documento que deve ser encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo que a Casan seja impedida de lançar efluentes no Papaquara. Um procedimento de 2014 também nesse sentido segue em andamento no órgão.
– O ideal é um emissário submarino, que lança o efluente no maio do mar. Já contestamos o lançamento de efluentes no Papaquara há muito tempo, tem multa e ação civil pública. Se o esgoto é tão bem tratado, porque não é jogado em outro lugar?– questiona o profissional.
Souza afirma que o instituto não é contra a limpeza do rio prevista pela prefeitura, mas lança dúvidas sobre o trabalho nos canais de drenagem, que segundo ele pode facilitar o envio de esgoto para o Papaquara.
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