O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística confirmou na manhã desta terça-feira, em Chapecó, que haverá safra recorde de soja no país, com 114 milhões de toneladas, 13,6% a mais do que no ano passado, e também em Santa Catarina, com 2,4 milhões de toneladas, 19,5% a mais do que no ano passado.

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A capital do Oeste Catarinense, que neste ano comemora seu centenário, foi escolhida para a divulgação mensal do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. É um fato inédito em Santa Catarina, que é o terceiro estado a sediar a divulgação, depois de Mato Grosso e Paraná.

– Em vez de divulgarmos no Rio de Janeiro estamos fazendo a divulgação mais próximo de nosso público alvo e escolhemos Chapecó por ser uma região importante na produção, é um pólo regional e tem importância tanto agrícola como pecuária – explicou o gerente de agricultura do IBGE, Alfredo Guedes.

O levantamento indica uma alta de 30% na safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, que reúne 14 produtos, atingindo 240,3 milhões de toneladas.

Além da soja a safra nacional de milho teve um grande acréscimo, de 63 milhões de toneladas no ano passado, para 97 milhões de toneladas, num acréscimo superior a 30%. Em Santa Catarina o crescimento será de 22,8%, atingindo 3,1 milhão de toneladas, contra 2,5 milhões do ano passado.

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Isso ajuda a reduzir o déficit de abastecimento de milho em Santa Catarina.

Alfredo Guedes disse que a boa safra é em virtude do clima favorável, com chuvas bem distribuídas. Ele destacou que o resultado positivo na produção acaba beneficiando o consumidor.

– Temos pesquisas que indicam que um dos fatores que contribuem para que a inflação diminua é a boa safra, temos casos de redução de preço na batata, cebola e no milho, que impacta em outras cadeias produtivas, como carnes, isso facilita paras pessoas – destacou.

As chuvas de maio em Santa Catarina acabaram prejudicando a segunda safra do feijão, que teve quebra de 28%. Mas o volume não era tão significativo e representa apenas oito mil toneladas a menos.

Já a primeira safra teve um crescimento de 30%, passando de 81 mil toneladas para 105 mil toneladas. Com isso o total da safra de feião terá um acréscimo de 10%.

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Santa Catarina teve crescimento de 15%

Em Santa Catarina o crescimento da safra será de 15% segundo levantamento do IBGE. A produção vai passar de seis milhões de toneladas para sete milhões de toneladas.

Além do milho, soja e feijão, já citados, o arroz tem um peso importante no volume, com 1,1 milhão de toneladas, 7,9% acima do ano anterior.

A maçã teve um crescimento de 21,4%, com 638 mil toneladas.

– Tivemos um inverno rigoroso em 2016 e as macieiras precisam de frio intenso para produzir bem, além disso teremos frutos de muito boa qualidade nas prateleiras – afirmou o supervisor de produção agropecuária em Santa Catarina, Jair Aguilar Quaresma.

Somente em alguns produtos como alho e cebola pode haver alguma redução, em virtude dos baixos preços. Na cebola houve uma boa safra e os preços despencaram. Por isso a intenção de plantio prevê uma queda de 6%. No alho até o momento a previsão de queda é de 13%, com possibilidade de melhora, pois o plantio está em fase inicial.

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SC é o nono estado em produção

Quaresma destacou que, com apenas 1,2% do território nacional, o estado representa 2,9% da safra. É o nono estado com maior produção.

Boa parte disso é motivado pela alta produtividade. No milho, por exemplo, ela supera oito mil quilos por hectare, só perdendo para o Distrito Federal.

– Tivemos algumas ações de governo, cooperativas e indústrias, incentivando o plantio de milho e que contribuíram para isso – destacou.

O secretário de agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, disse que a boa safra mostra a força do agronegócio no estado.

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– Os produtores utilizam sementes de alta tecnologia e por isso temos uma das melhores produtividades do país no milho. Além disso somos exportadores de maçã, alho, cebola, fumo e feijão enter outros produtos – destacou.

Somente o valor dos quatro principais grãos da safra e verão – soja, milho, arroz e feijão – deve injetar cerca de R$ 4,5 bilhões na economia catarinense.

Além do lançamento do levantamento agropecuário, foi inaugurada em Chapecó uma comissão municipal de geografia e estatística, além do lançamento do Censo Agropecuário.

O chefe do IBGE em Santa Catarina, Alceu José Vanzella, informou que o censo inicia no dia primeiro de outubro e deve visitar todos os cerca de 200 mil estabelecimentos rurais de Santa Catarina.

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Para isso está sendo realizado o processo seletivo de contratação de 900 pessoas, que neste final de semana terá a segunda prova.

– O último censo agropecuário foi em 2016 e queremos atualizar as informações sobre as estrutura das propriedades, se tem aviário, pastagem, silvicultura, quem é proprietário ou arrendatário, enfim, são informações muito importantes para o país – destacou.

O prazo de conclusão é 28 de fevereiro de 2018.