Dados de análises divulgadas nesta quarta-feira, dia 19, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2010, apontam que, em dez anos, o nível de instrução das mulheres se manteve mais elevado do que dos homens e elas ganharam mais espaço no mercado de trabalho.
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Sarah Emília Silva endossa essas análises. A profissional de Florianópolis ocupa a diretoria de marketing da Nexxera – empresa da área de tecnologia voltada para o setor financeiro – é formada em Administração, tem especialização em Marketing, faz cursos continuamente e planeja mais uma especialização para o próximo ano.
O fato de trabalhar na empresa do pai logo depois do ensino médio nunca facilitou para Sarah, pelo contrário. O reforço para continuar nas salas de aula e para se capacitar vinha da empresa e de casa. Mas a profissional sempre foi determinada a não sair tão cedo das salas de aula. Ela acredita que essa capacitação vai ajudá-la a atingir as metas que estabeleceu na carreira.
– É essencial ter faculdade, para competir no mercado e ter um conhecimento geral. Quando se quer crescer, tem que se especializar ainda mais, se atualizar – considera.
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Para a profissional, estudo e mercado de trabalho significam compensação financeira e realização pessoal. No país, mais mulheres vêm descobrindo essa fórmula. De acordo com levantamento de 2010 do IBGE, no percentual de pessoas com pelo menos graduação completa na faixa etária de 25 anos ou mais, elas estavam na frente, registrando 12,5%. O percentual masculino foi de 9,9%.
Entre as pessoas que tinham a graduação e estavam no mercado de trabalho, a diferença foi ainda maior. O percentual foi de 19,2% para as mulheres e 11,5% dos homens.
O sexo feminino também computou menos desistência dos estudos em determinadas faixas etárias. Enquanto 41,1% dos homens da faixa etária entre 18 e 24 anos não havia estudado, entre as mulheres, esse índice caiu para 31,9%. Integrando o time que está liderando em estudos, a administradora Sarah pretende, em um futuro próximo, chegar também à liderança da empresa.
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Deslocamento e rendimento também estiveram no alvo das análises
O IBGE também apontou considerações sobre o tempo habitual de deslocamento. Entre os 61,6 milhões de pessoas que trabalhavam fora de casa e retornavam diariamente, 65,3% gastavam até 30 minutos e 11,4%, mais uma hora. Mas a diferença no tempo de deslocamento entre os Estados é grande. Enquanto no Rio de Janeiro, 4,4% dos trabalhadores levaram mais de duas horas no trajeto casa-trabalho, em Santa Catarina, o índice era de 0,3%.
No Censo, foi notada ainda uma maior distribuição de renda. De 2000 para 2010, o rendimento real médio dos empregadores caiu 18,6%. Já o rendimento dos empregados cresceu 15,8% no país. O rendimento real médio mensal domiciliar também aumentou 15,2%.