De janeiro a março deste ano, o índice de desocupação aumentou em Santa Catarina em comparação com a mesmo período de 2018. No dado mais recente, divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE e referente a janeiro, fevereiro e março, o percentual de pessoas nessa condição subiu para 7,2%. No primeiro trimestre do ano passado era de 6,5%.
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A situação é similar ao se comparar com o último trimestre de 2018, quando o Estado terminou o ano com uma taxa de 6,4%. Conforme estimativa do IBGE, a diferença representa 31 mil pessoas a mais sem emprego entre janeiro e março deste ano, para trabalhadores com idades a partir dos 14 anos e aptas a trabalhar.
No país, 14 dos 27 Estados recuaram o desempenho na geração de empregos conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (PNAD-C), quando comparados à performance que tiveram entre outubro e dezembro. Nas outras 13 unidades, a taxa se manteve estável.
Por outro lado, com os 7,2% de desempregados, Santa Catarina mantém a liderança no ranking dos Estados com menor taxa de desocupação, enquanto a média brasileira ficou em 12,7%.
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Para o economista João Rogério Sanson, professor da Universidade de Santa Catarina, o aumento da taxa de desocupação no Estado entre o primeiro trimestre deste ano e o mesmo período do ano passado tem relação com a incerteza do cenário econômico nacional.
Conforme o especialista, a redução da perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o impasse com a reforma da Previdência são fatores que põem empregadores e consumidores em compasso de espera.
– Estava havendo um certo otimismo com eleição de que haveria reversão de expectativas. Agora está se vendo que ela não está se confirmando. Se piorou é porque o ano começou mal em relação ao ano passado. É sinal de que tanto consumidores quanto empresas estão em ponto morto, esperando as coisas acontecerem. Santa Catarina também tem efeitos do mercado externo – avalia.
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Para Sanson, o país vive em 2019 um novo ciclo econômico, mas que se encaminha para ser um ano difícil, porque o ideal seria o PIB crescer acima de 2%, mas analistas do mercado e do governo já reconhecem que essa marca não deve ser alcançada.
Grande Florianópolis teve alta
Florianópolis perdeu o posto de menor taxa de desocupação entre as 21 regiões metropolitanas avaliadas pelo IBGE, na comparação de desempenho do primeiro trimestre do ano passado para o mesmo período deste ano. De janeiro a março de 2018, a taxa de desocupação era de 6,8% na região da Capital catarinense. Agora, subiu para 9,9%, a terceira menor entre as regiões pesquisadas, atrás de Goiânia (8%) e Porto Alegre (8,9%).
Quando considerados apenas os municípios que são capitais, na comparação do último trimestre de 2018 com o primeiro deste ano, a disparidade é semelhante em Florianópolis. De outubro a dezembro, a taxa era de 6,4% na Capital catarinense (terceiro menor do país). No dado mais recente, passa para 9,5%, perdendo duas posições no ranking, agora atrás de Goiânia (7,2%), Campo Grande (8,1%), Curitiba (8,3%) e Porto Alegre (9%).
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Carteira assinada e desalentados
Mais uma vez, Santa Catarina teve a maior proporção de trabalhadores com carteira assinada do país, chegando a 88,1%, seguido por Rio Grande do Sul (83,2%) e Rio de Janeiro (81,8%). Em outro quesito avaliado pelo IBGE, a chamada taxa composta de subutilização da força de trabalho – percentual de pessoas desocupadas ou subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas – o Estado apresentou o menor índice do país: 12,1%, novamente à frente de Rio Grande do Sul (15,5%) e Mato Grosso (16,5%). No entanto, o fator subutilização atingiu a mais alta marca da série histórica, desde 2012.
Outro bom índice mantido por Santa Catarina diz respeito ao contingente de desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego formal por não terem encontrado. Essa marca foi a menor do país no trimestre, 0,9% da força de trabalho.
Terceiro maior índice histórico
A alta na taxa do desemprego em Santa Catarina no primeiro trimestre deste ano, atingindo a marca de 7,2%, representa o terceiro maior índice já registrado na média histórica da PNAD-C, iniciada em 2012.
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Os picos de desocupação no Estado foram observados no primeiro trimestre de 2017 (7,9%) e no segundo trimestre daquele ano (7,5%), conforme o IBGE.