O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), exonerou na tarde deste domingo (8) o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres. Torres era ministro da Justiça do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e assumiu a pasta do governo local no início deste ano.
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A leniência da Polícia Militar do DF com manifestantes que invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes, no entanto, tornou insustentável a presença de Torres no Executivo local.
Determinei a exoneração do Secretário de Segurança DF, ao mesmo tempo em que coloquei todo o efetivo das forças de segurança nas ruas, com determinação de prender e punir os responsáveis.
— Ibaneis Rocha (@IbaneisOficial) January 8, 2023
Também solicitei apoio do governo federal e coloco o GDF à disposição do mesmo.
Manifestantes bolsonaristas com pedidos antidemocráticos entraram na Esplanada dos Ministérios, invadiram áreas do Congresso, do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal) e entraram em confronto com a PM.
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VÍDEO: Bolsonaristas radicais quebram janelas e móveis durante invasões em Brasília
Torres está nos Estados Unidos de férias neste domingo. Ele disse, nas redes sociais, que determinou ao setor de operações da Secretaria de Segurança Pública providências imediatas para o restabelecimento da ordem no centro de Brasília.
Torres era secretário de Ibaneis antes de assumir o ministério no governo Bolsonaro. Com a derrota eleitoral do ex-presidente, foi convidado a retornar ao posto, uma vez que o emedebista se reelegeu para chefiar o Executivo da capital.
Torres era um dos nomes de confiança de Bolsonaro e chegou a virar alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal), que apura a realização de uma live feita pelo ex-mandatário em que divulgou uma profusão de mentiras sobre as urnas eletrônicas.
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Nesta semana, a ida de Torres para o governo do DF já estava em risco devido a uma portaria do ministro da Justiça, Flávio Dino, que abria espaço para barrar a permanência dele no novo cargo.
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O ato publicado determina que quem responder a inquéritos policiais não pode ser cedido pelo ministério a outros órgãos.
O ex-ministro é policial federal, mas precisa da autorização da pasta da Justiça para atuar em outro órgão.
De acordo com a regra, os órgãos devem solicitar novamente a cessão dos funcionários para que seja feito um recadastramento.
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Os inquéritos policiais investigam fatos, e não pessoas. Portanto, seria preciso questionar o relator das apurações para que sejam detalhados quem são os investigados.
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O governador do Distrito Federal havia dito à Folha de S.Paulo que faria um novo pedido ao Ministério da Justiça para que Torres continuasse à frente da Secretaria de Segurança Pública. “O Anderson não está indiciado em nenhum inquérito e não responde a nenhum processo”, disse.
Neste domingo, porém, Ibaneis anunciou a exoneração dele.
* Por Raquel Lopes
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