Novas exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) atrasaram a retirada, prevista para esta quinta-feira, dos resíduos contaminados com a substância bifenila policlorada (PCB), na subestação desativada da Celesc, em Florianópolis.

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O órgão ambiental determinou que fosse feita mais uma coleta de material, que deve acontecer nesta sexta-feira. A captação de amostras será a terceira desde o vazamento na Tapera, no Sul da Ilha de Santa Catarina, e terá com o acompanhamento de uma equipe do Ibama de Brasília.

De acordo com chefe de Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama em Santa Catarina, Alessandro Queiroz, serão coletadas 56 amostras do material da região, para se fazer mais uma confirmação do grau de contaminação com o PCB, chamado comercialmente de ascarel. Após a coleta, será autorizada a retirada dos resíduos. O resultado das análises deverá sair em até 10 dias.

Na manhã desta quinta-feira, o Ibama também realizou a conferência do licenciamento referente ao transporte e à destinação final dos resíduos. Para o chefe de fiscalização, as exigências adicionais foram necessárias tanto para se responsabilizar os culpados pelo vazamento, como para se garantir uma destinação adequada dos resíduos.

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– Temos que estar certos de que o material será eliminado de maneira correta – expôs.

O assistente de diretoria de distribuição da Celesc, Pablo Cupani Carena, afirmou que a companhia iria providenciar os frascos para as novas coletas e que a retirada dos resíduos pode ser feita ainda nesta sexta-feira.

O Ibama também requereu junto à companhia um relatório com os 220 transformadores que contêm ascarel e poderiam ser substituídos até 2025. Não se descarta a possibilidade de se solicitar a substituição dos equipamentos, se for comprovado risco de novos vazamentos.

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Desde dezembro, foram retiradas duas amostras de material no local da subestação. Um exame solicitado pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma) ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Blumenau, comprovou a presença do PCB no canal de drenagem que leva ao mangue da Praia da Mutuca.

Por determinação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), pode existir em águas de pesca e cultivo de moluscos 0,000064 microgramas da substância por litro de água e foi confirmada 12,9 mil microgramas no canal. Um novo laudo de análise dos líquidos deve ser divulgado ainda hoje.

Impasse com material retirado

Os resíduos líquidos deverão ser levados para Joinville, onde receberão um estabilizante físico, para ser despejado em um compartimento impermeabilizado no aterro industrial. Os trabalhos com os 60 mil litros de água serão feitos pela Essencis Soluções Ambientais.

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De acordo com a Celesc, os sólidos contaminados também ficariam a cargo da empresa, mas a Essencis negou essa informação. Diante disso, o assistente de diretoria, Carena, afirmou que a companhia deve solicitar os serviços de outras empresas previamente cotadas.