“Que bichos brasileiros podem ser vendidos legalmente?” Para responder a essa pergunta, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiu fazer uma consulta pública. Até o dia 6 de abril, entidades ambientais e população podem participar do debate. Numa lista, o órgão propõe que as lojas de animais vendam apenas 51 espécies de pássaros e três de répteis. O Ibama reconhece que é pouco, mas acredita que assim ficará mais fácil combater o comércio ilegal de animais silvestres.

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– O fiscal terá uma listagem de quais espécies podem ser criadas e quais estão na ilegalidade – explicou João Pessoa Moreira, coordenador do núcleo de Fauna do instituto, ao Jornal Hoje, da Rede Globo.

Criadores de animais já começaram a trabalhar para aumentar a lista:

– É totalmente fora da realidade – reclamou um comerciante.

Há 16 anos, André Bicalho vive da venda de bichos – entre eles, o tigre d’agua brasileiro. Apesar do nome, trata-se de uma tartaruguinha criada em viveiros. Os animais têm um carimbo na barriga que comprova a origem, mas a marca desaparece com o tempo e, por isso, a comercialização pode ser proibida.

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– Eu acho que você tem que valorizar quem cuida bem. Se você proíbe, dá margem total para a ilegalidade – argumentou o empresário.

Para definir as espécies que podem ser vendidas em lojas de animais, o Ibama leva em conta a possibilidade de rastreamento dos bichos. Só com anilhas ou microchips é possível saber se eles vieram de um criadouro legalizado ou se foram contrabandeados. Critérios de saúde pública e segurança deixaram cobras e macacos de fora. Porém, quem tem bichos já legalizados não precisa temer. É o caso de Silvana, dona da ave Baby:

– É um amor assim que a gente não sabe explicar!

A consulta pública é realizada no site do Ibama.