Budapeste anunciou ter convocado na segunda-feira o representante da embaixada da França na capital húngara, após as críticas “chocantes” feitas no domingo pelo ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, sobre a barreira construída na Hungria para impedir a entrada de migrantes em seu território.

Continua depois da publicidade

Seu colega húngaro, Peter Szijjarto, quer esclarecer a postura da Hungria sobre a questão, segundo um comunicado difundido pela agência de notícias MTI. “As declarações [de Fabius] não podem ficar sem resposta”, informou.

“Ao invés [de fazer] julgamentos chocantes e infundados, deveríamos nos concentrar na busca de soluções comuns para a Europa”, disse o chanceler húngaro, para quem “algumas pessoas na Europa ainda são incapazes de compreender a assombrosa e dramática pressão que a migração pelos Bálcãs exerce sobre a Hungria”.

“Um bom europeu é aquele que cumpre as regras da Europa”, que dizem que “todos os membros da UE se comprometem a proteger suas próprias fronteiras assim como as fronteiras externas da UE”, acrescentou Szijjarto, segundo quem a Hungria cumpre seus compromissos.

O ministro húngaro respondeu assim às declarações de Fabius, que na manhã deste domingo considerou “inadmissível” a atitude de alguns países do leste europeu sobre a crise dos refugiados, citando a Hungria em primeiro lugar.

Continua depois da publicidade

“Quando eu vejo alguns países europeus que não aceitam as quotas (distribuição de exilados), considero isso escandaloso”, disse o chanceler francês, para quem a Hungria deve desmontar as barreiras metálicas instaladas na sua fronteira, pois “não respeitam os valores comuns da Europa”.

Para ele, a Hungria deve desmontar a barreira e a União Europeia deve ter “uma discussão séria e severa” com os dirigentes húngaros.

País de trânsito para os migrantes e refugiados que querem chegar à Europa ocidental, a Hungria ergueu uma barreira alambrada de três andares ao longo dos 175 quilômetros de sua fronteira com a Sérvia.

No total, desde janeiro, 140.000 pessoas, entre elas um grande número de sírios, iraquianos e afegãos fugindo da guerra, cruzaram esta fronteira.

Continua depois da publicidade

* AFP