Esta investigação desencadeada hoje pela Polícia Federal (PF) contra desvios de verbas na construção de estádios pela Odebrecht não faz parte da Lava-Jato. É iniciativa do núcleo de inteligência da Polícia Federal em Brasília.
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Mesmo assim, os atores são os mesmos (PF e Odebrecht) e os alvos são escancarados: tudo que foi feito recentemente (e isso significa de uma década para cá) pelas grandes empreiteiras do país está na mira de policiais federais e procuradores da República.
Até as empreiteiras se convenceram disso, tanto que a Camargo Corrêa acertou acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para confirmar a existência de um cartel nas obras da usina Angra 3, no Rio. O próximo passo é tentar que a Controladoria-Geral da União deixe de considerar a Camargo inidônea (o que a impediria de obter novos contratos com o governo federal). Num esforço colaborativo, a própria Camargo entregou auditorias que apontam pagamento de propina em três casos: obras da Petrobras, Angra 3 e, vejam só, a usina hidrelétrica de Belo Monte.
Angra 3 já é investigada pela Lava-Jato, inclusive com prisão do almirante reformado que comandava as obras por lá. Belo Monte ainda não foi alvo dos investigadores da Lava-Jato, mas alguém duvida que será em breve?
E outras obras gigantescas serão peneiradas pelos investigadores. E não só obras. A PF desencadeou ontem a 19ª etapa da Lava-Jato com foco no Ministério do Planejamento e em crédigo consignado. Propina teria sido paga para que uma empresa administrasse esse filé. Na realidade, o guarda-chuva da Lava-Jato abrange ações menores, mas não menos importantes. A operação, que teve matriz em Curitiba, já poderia trocar de nome, para Lava-País.
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