“Eu mal podia conter o entusiasmo. Naquele dia 31 de outubro de 2003, com o fotógrafo, pulei para dentro de um jipe e fomos até uma pista repleta de helicópteros norte-americanos Sikorsky S-70 Blackhawk, aquelas joias bélicas celebrizadas no filme Falcão Negro em Perigo. Subimos num deles, atrás de uma fila de militares carregados de armas, e embarcamos. Era aquele tipo de aventura que você pensa que pode lhe acontecer desde criança – e quase nunca se concretiza”.
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Quase nunca. No caso de Humberto Trezzi, autor do parágrafo acima (que abre o texto sobre a cobertura dos conflitos na Colômbia), no entanto, os sonhos de menino aventureiro se concretizaram. Repórter especial de Zero Hora, jornal do Grupo RBS em Porto Alegre, Trezzi é um dos mais experientes e premiados jornalistas brasileiros. Ele testemunhou momentos importantes da História, dentro e fora do nosso território. Passou por perigos, voltou machucado do campo de batalha, fotografou os horrores da guerra e… Está sempre pronto para um novo desafio, seja lá onde for.
As principais lembranças vividas nos seus 30 anos de trabalho Trezzi conta no livro recém-lançado Em Terreno Minado – Aventuras de um Repórter Brasileiro em Áreas de Guerra e Conflito. Com maestria, prendendo a atenção do leitor até a última palavra, relembra as coberturas criminais no Rio e em São Paulo, investigando ações do Comando Vermelho e do PCC, reporta a grande enchente de 2008 aqui em Santa Catarina, descreve, com riqueza de detalhes conflitos no Paraguai, Uruguai, México, Equador, Colômbia, Angola, Timor Leste, Haiti e Líbia. Esta última, durante a chamada Primavera Árabe, foi a que mais o impactou.
– Estive no país no início da rebelião, em março de 2011, e no final, em setembro do mesmo ano, quando o ditador Muammar Kadafi fugiu de Trípoli. Acompanhei a tomada da Capital pelos guerrilheiros. No início da revolta, estive numa batalha de canhões, acompanhando os guerrilheiros, que quase me custou a vida. Fiquei com o olho esquerdo ferido e tive de voltar de tapa-olho ao Brasil. Felizmente, me recuperei e consegui retornar ao território líbio depois, para ver o final da ditadura – contou.
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É livro que se lê num fôlego só – parando de vez em quando para admirar as fotos, todas impressionantes. O leitor sempre quer saber qual será a próxima “cobertura de risco” do jornalista. Os fãs do trabalho de Trezzi – entre os quais me incluo – também correm um risco: o de não conseguir parar de ler antes de chegar na última página. Mesmo que isso signifique horas a menos de sono, às vésperas de uma segunda-feira cheia de trabalho.
Em Terreno Minado – Aventuras de um Repórter Brasileiro em Áreas de Guerra e Conflito. De Humberto Trezzi. Geração Editorial. 344 págs. R$ 39,90 (preço médio)
Sobre o autor
– Humberto Trezzi nasceu em 1962, é repórter especial do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, e especializou-se em reportagens perigosas.
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– Duas vezes foi vencedor do Prêmio Esso Regional e, em 2013, conquistou o Esso de Jornalismo, o principal da premiação, com outros três jornalistas de ZH.
– Além do maior prêmio da imprensa brasileira, Trezzi já conquistou outras 40 distinções, como a do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, o Prêmio ARI (Associação Riograndense de Imprensa) e o Embratel de Jornalismo.
– Em Terreno Minado – Aventuras de um Repórter Brasileiro em Áreas de Guerra e Conflito é o seu primeiro livro individual e está disponível em sites e livrarias.
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Agende-se
O quê: bate-papo e sessão de autógrafos com o jornalista Humberto Trezzi
Quando: hoje, das 14h30min às 16h
Onde: Auditório do prédio do Diário Catarinense (Rodovia SC-401, 4190, Saco Grande, Florianópolis)
Quanto: gratuito e aberto ao público
Informações: (48) 3216-3000