O projeto Happy Art Mueller recebe nesta segunda-feira o cantor e escritor Humberto Gessinger para um bate-papo sobre seu novo CD Insular e o novo livro Seis Segundos de Atenção (Belas Letras, 168 páginas, R$ 34,90). O evento gratuito começa às 19 horas, na praça de eventos do shopping, e o bate-papo será mediado pelo colunista do Anexo, Rubens Herbst.
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Em seguida, Humberto fará uma sessão de autógrafos com os fãs, mas quem quiser participar precisa retirar antecipadamente uma senha limitada na Livrarias Curitiba. O bate-papo é aberto ao público.
Com o lançamento deste novo livro – o quinto – Humberto passa a ser reconhecido também pela carreira de escritor. Mas o que tanto ele teria a dizer? Em seus textos, fala principalmente sobre o tempo e o processo de criação. Um tempo que, às vezes, não se quer ter. Um tempo que não se pode controlar.
Segundo Humberto, não é tão fácil quanto parece encontrar um instante mágico, o centro da originalidade, do talento, e manter a conexão com ele. Leva mais do que 600 anos de estudo. Leva apenas seis segundos de atenção.
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No livro, ele reforça a ideia de que fazer um segundo valer a pena leva tempo. Na obra, há também um pouco de política, humor negro, tecnologia, futebol e, é claro, música. Humberto abre espaço para que o leitor se sinta em casa, como amigos naquela prosa de sexta à noite – ou um dia qualquer.
– Quantos extraordinários artistas, cientistas, atletas ou filósofos morreram antes de nascer, pois estavam na hora errada, no lugar errado (cedo demais, tarde demais, longe demais)? – reflete Humberto.
O livro vem acompanhado de uma novidade na carreira do músico: o disco Insular (20º álbum da carreira e primeiro como artista solo), primeiro de músicas inéditas depois de dez anos. Se as novas canções e textos seguirem a “tradição”, provavelmente serão bem recebidos pelo público.
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Seu último título, também publicado pela Belas Letras, Nas Entrelinhas do Horizonte, frequentou as listas de mais vendidos da revista Veja e do portal PublishNews. Confira a entrevista que Rubens Herbst fez com o artista.
O que ocupa mais o teu tempo no momento, o escritor ou o compositor?
Humberto Gessinger – O compositor sempre tem preferência. Mas isso não quer dizer que tome mais tempo, pois muito da composição é feita inconscientemente, sem a gente perceber que está compondo.
Foi algo premeditado lançar disco e livro juntos?
Gessinger – Torci muito para que coincidisse a finalização dos dois, mas tomei cuidado para que isso não apressasse a feitura de nenhum dos dois.
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Parece que o tempo é um tema caro para você?
Gessinger – É, sim. E acho que posso contribuir falando disso, pois tenho opiniões pouco comuns a respeito: gosto dos cabelos que já tenho grisalhos, das rugas no rosto e dos calos nas mãos.
Você pensa muito no passado, no que fez ou não fez com o Engenheiros, por exemplo?
Gessinger – Nunca de forma melancólica. Mas sempre é bom rever alguns fatos e sentimentos de outro ponto de vista. Às vezes, o tempo traz clareza; às vezes, deixa tudo mais confuso.
O que, no processo de criação, o atrai tanto para inspirá-lo a falar dele em textos?
Gessinger – O processo de criação é como o sol: dá pra ver suas causas e consequências, as sombras, os reflexos, mas não dá pra falar muito objetivamente dele, assim como não dá pra olhar direto pro sol.
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Por falar nisso, como é o seu processo? Você reserva um tempo, lê, senta para criar, ou é pura inspiração?
Gessinger – O que me ajudou muito a melhorar minha escrita foi a disciplina de postar todas as terças-feiras no BloGessinger. A gente só aprende a escrever lendo e, principalmente, escrevendo. Acredito piamente no dito bíblico “disciplina é liberdade”.
Que tal a sensação de ver o seu nome, sozinho, na capa de um disco?
Gessinger – Nenhuma diferença de ler Engenheiros do Hawaii ou Pouca Vogal.
Tudo Está Parado parece conectado com seu lado escritor, pois dá à palavra uma importância quase mágica. É por aí?
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Gessinger – No início era o verbo, mas não o verbo em si. O verbo como expressão da vida, como busca de entendimento e emoção.
O disco ocupa os primeiros lugares no iTunes. E você, compra música digital? Ou continua adepto dos velhos formatos?
Gessinger – Ainda adepto dos velhos formatos! Cinco sentidos: ver, ouvir, tocar, cheirar, sentir com as mãos…
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O QUÊ: Happy Art com Humberto Gessinger.
QUANDO: nesta segunda-feira, às 19 horas.
ONDE: praça de eventos do Shopping Mueller.
QUANTO: gratuito.