Oriundo de Feira de Santana (BA) e praticamente desconhecido fora do Nordeste, nos últimos 10 anos o Human construiu a reputação de ser uma das bandas mais atuantes de seu Estado, tendo a oportunidade de tocar ao lado de nomes como Andralls, Claustrofobia, Kiko Loureiro e Dr Sin, além dos gringos Marty Friedman e Blaze Bayley. As dificuldades foram muitas, tanto que somente o EP Leaving The Shadows (2012) contém registros de suas músicas.

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Mas eis que no final de 2016 o Human lançou seu primeiro disco completo, Sad Modern World. O núcleo de sua proposta é o heavy metal tradicional, mas valorizando arranjos mais trabalhados do que a distorção propriamente dita. Requintado, mas com forte acento da velha escola, a audição rapidamente causa a melhor das impressões.

Individualmente, são os riffs e solos do guitarrista Niass, precisos e com grande senso melódico, que se sobressaem, assim como o resultado que o curioso timbre de Pedro Neto imprime ao repertório. Canções como Beyond Good And Evil, Sad Modern World ou We Can Live Our Time são exemplos que mostram que o heavy metal tradicional continua com margem para ser trabalhado e conquistar muitos adeptos por aí.

Desprovido de excessos e longe de soar pretensioso, Sad Modern World não mostra inovação, mas é inegável que os arranjos se esquivam naturalmente para fora do lugar-comum. Os baianos admitem a influência de Black Sabbath, Death (o nome Human vem diretamente do disco desta banda), Pantera, Rush, Queensrÿche, Nevermore etc. E é mais ou menos um amálgama disso aí mesmo! lml

Todas as resenhas de Males que vão para o Ben

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(Foto: Human / Divulgação)

Human: Sad Modern World

(2016 / Ihells Prod / Headcrusher Prod / Odicelaf Prod / A Fronteira Prod)

01. Beyond Good And Evil

02. Make Your Choice

03. Sad Modern World

04. Evolution At Any Cost

05. Checkmate

06. We Can Live Our Time

07. Sweet Home Of Stars

08. Ideal Created, Reality Denied

09. Break The Chains Of Your Mind

*Ben Ami Scopinho está há mais tempo em Floripa do que passou em sua terra natal, São Paulo. Ilustrador e designer no DC, tem como hobby colecionar vinis e CDs de hard rock e heavy metal. E vez ou outra também escreve sobre o assunto.