O deputado Hugo Motta (PB) oficializará no final da tarde desta quarta-feira sua candidatura à liderança da bancada do PMDB na Câmara. Apoiada nos bastidores pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a candidatura de Motta visa enfraquecer as chances de recondução do atual líder, Leonardo Picciani (RJ), e garantir o que nem o fluminense nem Leonardo Quintão (MG), o outro candidato, conseguem: unificar a bancada de 67 parlamentares.
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— Não sou candidato a líder do governo nem a líder da oposição — disse Motta à reportagem.
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O deputado disse que, eleito, será o “porta-voz da bancada”.
A candidatura de Hugo Motta conta com a bênção do vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer. Os dois conversaram na noite de ontem. Motta também conversou com deputados apoiadores de Picciani e de Quintão.
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Nas conversas com Leonardo Quintão eles discutiram a possibilidade de alinhamento entre eles contra Picciani em um eventual segundo turno.
— Há uma possibilidade de alinhamento sim, mas vou trabalhar para ganhar no primeiro turno — afirmou.
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A principal bandeira da campanha de Motta será a unidade partidária, tema crucial para a recondução de Temer à presidência do PMDB. O deputado prometeu pedir apoio a Temer, que disse ao paraibano não poder interferir diretamente na campanha pela liderança para não se indispor com nenhuma ala do partido.
Por orientação de Cunha, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, pauta que divide a bancada, é assunto vetado na campanha do candidato que será oficializado às 17h30, em entrevista coletiva.
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Motta já deu algumas declarações contra o impeachment, mas disse que a “posição pessoal vai ficar afastada da posição de líder”.
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— Este tema não faz parte da minha campanha — disse Motta. — Não sou candidato a capitão do impeachment nem a capitão contra o impeachment.
Próximo a Eduardo Cunha, Motta está em seu segundo mandato como deputado federal e, no ano passado, presidiu a CPI da Petrobras. Ele negou que a liderança do PMDB seja um degrau para cacifá-lo a disputar as eleições municipais deste ano.
— Não sou candidato a prefeito. Sou candidato a líder do PMDB. ê a única eleição que vou disputar este ano — afirmou.
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Propostas
Motta pretende lançar uma cartilha com suas proposta para líder do PMDB. Além de prometer buscar a unidade do partido, ele afirma que se comprometerá a dar visibilidade às bancadas estaduais, a criar um sistema de acompanhamento e cobrança de liberação de emendas parlamentares por parte do governo federal, assim como dar mais visibilidade aos mandatos dos peemedebistas.
*Estadão Conteúdo
