As empresas de transporte aéreo subiram os preços das passagens e a rede hoteleira jogou para o alto a expectativa de ocupação durante a Copa do Mundo no Brasil. Com as tarifas nas alturas, passageiros e turistas se retraíram e a demanda não foi como o esperado. Agora, as cifras começam a se reacomodar e algumas operadoras de turismo já falam em 30% de desconto nos pacotes durante os jogos.

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De acordo com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), 48% das unidades previstas para o período da Copa do Mundo nas cidades-sede já estão vendidos. A associação reúne as 25 principais redes de hotéis no Brasil.

O Rio de Janeiro, que tem um parque hoteleiro considerado pequeno para o grande fluxo turístico – são 19 mil apartamentos – tem a maior taxa de ocupação entre as cidades-sede, com 92% dos leitos vendidos. São Paulo, por exemplo, é o oposto. A cidade, que tem a maior oferta do país, ainda tem 59% das vagas disponíveis.

O cancelamento de reservas da Match Services (operadora da Fifa) para o período contribuiu com o cenário. Das cerca de 27 mil vagas bloqueadas durante o evento para delegações, patrocinadores e organizadores, 50% teriam sido canceladas. A vinda de 600 mil estrangeiros, número estimado pelo setor, também não deverá se concretizar – outro motivo para as agências reverem a estratégia de preços.

Setor espera acomodação de tarifas

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A CVC, maior agência de viagens do Brasil, já trabalha com preços reduzidos para o período da Copa do Mundo. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, os descontos já chegam a 30% em comparação ao período de férias de inverno de 2013.

Um pacote para Foz do Iguaçu, por exemplo, passou de R$ 1.278 por pessoa para R$ 998. O motivo segundo a empresa é que as estimativas iniciais de demanda para o período não se confirmaram.

– Com a expectativa em baixa na vinda de estrangeiros, a hotelaria e as companhias aéreas estão baixando os preços, o que tem impactado positivamente os custos dos pacotes de viagens pelo Brasil durante a Copa – afirmou a empresa em nota.

Para Toni Caetano Bastos, gerente comercial da Amplestur, uma das maiores agências de Florianópolis, o mercado vive um momento de reacomodação das tarifas praticadas para o período.

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– As companhias jogaram os preços das passagens lá em cima, e os hotéis esperavam uma procura altíssima. Agora, os preços começam a voltar ao normal – avaliou.

Para Bastos, no entanto, ainda não há a percepção de que as empresas estão dispostas a dar descontos.