A estudante Priscilla Fera, natural de Florianópolis, está entre os brasileiros que se preparam para enfrentar o furacão Milton, que deve tocar o solo nesta quarta-feira (9). O furacão pode ser um dos piores da Flórida nos últimos 100 anos e atingir a categoria de superfuracão.
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Priscilla, de 32 anos, se mudou para os Estados Unidos há dois anos, mas mora em Bradenton, na Flórida, há cerca de três meses. Ela conta que essa é a primeira vez que ela enfrenta uma situação como essa.
— A área onde eu moro é a área que vai ser mais atingida pelo furacão. É uma das áreas que estão se preparando para ter o “landfall”, que é o pouso do furacão. Pode ocorrer aqui. E eu moro exatamente 5 quilômetros da praia. Então a minha situação, ela é bem complicada, bem complicada mesmo — conta.
A cidade em que ela mora com o marido, que é americano, fica a 50 minutos de Tampa Bay, cidade que deve ser uma das mais atingidas. Ela relata que em Bradenton já há falta de gasolina nos postos, e filas de horas para quem tenta abastecer.
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— Ontem a gente passou por essa loucura que foi o pessoal evacuando e passando horas na highway e muita gente ficando para trás sem gasolina e ficando pela rua mesmo. Os hotéis do Estado já estão com capacidade máxima. Está sendo uma situação bem difícil — afirma.
A estudante conta que não considerou ir para um dos “shelters”, ou abrigos, por ter animais de estimação e pela política em que eles funcionam.
— A gente está bem preocupado, mas a gente não tem para onde ir assim. A gente tem dois gatos, os shelters aceitam animais, mas é uma situação muito complicada de ir para o shelter. A partir do momento que tu entra, tu só pode sair quando eles te autorizarem a sair — relata.
Preparação para o furacão Milton
Ela mora com o marido em um apartamento no segundo andar, em uma rua mais elevada, e optou por permanecer em casa. Como forma de se preparar, conta que foram até um local onde distribuem sacos de areia para as portas.
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— Em alguns lugares da cidade, eles fazem pilhas de areia e as pessoas vão com uma pá, com um saco plástico e enchem quantos sacos de areia elas quiserem e colocam esses sacos plásticos nas portas, para tentar evitar que a água entre por debaixo da porta, quando começar a inundar — explica.
Além disso, Priscilla fez estoque de comidas enlatadas e prontas, que não precisam de cozimento, já que o governo tem avisado sobre a possibilidade de ficar sem luz. Ainda, o casal comprou uma churrasqueira pequena para cozinhar com carvão, se necessário.
Para tentar proteger as janelas, ela pensa em colocar papelão, já que há preocupação com o vento forte que poderia fazer com que as árvores batam nas janelas.
— Num momento de desespero, se os ventos realmente ficarem fortes, a gente vai acabar se escondendo no banheiro, que a gente tem um banheiro central na casa, que é bem no meio do apartamento. Não tem janela, não tem nada, mas é o banheiro que a gente vai acabar se escondendo caso a situação ficar muito feia — afirma.
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Os moradores da Flórida tem se preparado para a chegada do furacão, que se formou no fim de semana no Caribe. Até o momento, o furacão não tocou o solo em nenhum país, e se especula em qual local isso deve ocorrer.
— Eu tenho medo de onde que vai pousar, né? Onde é que vai parar, onde que na verdade, o furacão vai entrar em contato com o solo e se a gente vai estar nesse meio, se vai ser aqui na minha cidade, aqui exatamente onde eu moro. Daí vai ser muito catastrófico — afirma.
Passagem recente do furacão Helene
Somente duas semanas atrás, o furacão Helene passou pela região e se tornou o mais fatal desde o Katrina, com mais de 200 mortes. Priscilla conta que na cidade dela, apesar de o fenômeno ter passado longe, houve falta de energia.
Escala Saffir-Simpson: Entenda as categorias que definem o impacto de furacões
Contudo, não houveram maiores danos na área, com as regiões mais afetadas tendo sido nas áreas próximas à costa. Com registros inclusive de mortes na Flórida, o Estado não foi o mais afetado, com o número maior de mortes sendo registrado na Carolina do Norte.
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