Encontrar vaga em hotel no Rio de Janeiro durante o período da Copa do Mundo não é tarefa fácil. Quem ainda não tem reserva garantida certamente vai ter dificuldade. De 35 hotéis consultados pela reportagem, com faixas de preços diferentes e em vários bairros, apenas quatro informaram ter lugares para o período de 12 de junho a 13 de julho. E com preço caro.

Continua depois da publicidade

O Hotel Mirasol, muito bem localizado na praia de Copacabana, cobra R$ 1.100 a diária para o dia 15 de junho, data de Argentina x Bósnia, primeiro jogo do Maracanã no Mundial. Mesmo valor do Elegance, três estrelas do Catete. Nos hotéis Pompeu e Primor, duas estrelas no Centro, as diárias saem por R$ 400 e R$ 560, respectivamente. Nos luxuosos Fasano, Caesar Park, Copacabana Palace, Marriott, Sheraton, Sofitel e Windsor Atlântica, o único jeito, desde o final de 2013, é com nome na lista de espera, torcendo por desistências.

O turista não terá vida fácil, nem com disponibilidade, e muito menos com o preço. Além da procura ser maior no Rio, muitas vagas ainda estão reservadas pela Match, agência de turismo oficial da Fifa, que comercializa ingressos atrelados à hospedagem e atende, além de torcedores, delegações e empresas parceiras do evento. A regra é a seguinte: nas 12 sedes, 30% da capacidade de cada estádio tem de ser disponibilizada em quartos para a Match. No caso da capital carioca, são 22,5 mil apartamentos bloqueados, o que explica a dificuldade para se encontrar vagas, já que a capacidade hoteleira da cidade é de 30 mil quartos.

Nas demais cidades da Copa, com procura abaixo do esperado, a agência entregou boa parte do que havia sido reservado. A estimativa é que a devolução possa chegar a 50%. Por aqui, o mesmo deve ocorrer, mas com um percentual menor. O prazo contratual vai até 20 de abril, e é provável que a partir desta data apareçam novas vagas. Além de principal sede do Mundial, o Rio vai receber o Centro Internacional de Imprensa, com cerca de 13 mil jornalistas. Também por isso, a expectativa é de um bom índice de ocupação:

– Estamos trabalhando com previsão de 100% de ocupação nos dias das partidas. No intervalo entre os jogos deve ficar em torno de 75%, até porque o turismo corporativo não vai funcionar durante a Copa. As empresas não vão mandar seus executivos nesse período.- explicou Alexandre Sampaio, vice-presidente de hotéis do Sindicato dos Hotéis, Bares e Hotéis do Rio de Janeiro.

Continua depois da publicidade

Em relação aos preços, a recomendação da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor para os representantes do setor hoteleiro é de que não poderá ser cobrado no Mundial tarifa com valor superior ao da alta temporada em cada uma das 12 sedes. Segundo a apuração feita pela reportagem, esse quesito não está sendo respeitado. Esta informação tem que ficar clara nos sites dos hotéis. Em caso de irregularidades, a orientação é que o hóspede entre em contato com o Procon.