O setor hoteleiro catarinense está otimista com a virada de ano. A expectativa dos empresários do ramo é de que a ocupação atinja até 95% dos leitos, principalmente no Litoral. O número é da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih). As cidades mais procuradas, assim como em outros verões, devem ser Florianópolis e Balneário Camboriú.

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Na Capital, os empresários esperam uma taxa de ocupação de 80% a 85%, conforme o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis (SHRBS). Os números do Réveillon, no entanto, ainda não são satisfatórios.

O setor aposta que conseguirá, no máximo, um faturamento semelhante ao registrado na virada de ano de 2017 para 2018. Para janeiro, o cenário ainda inspira preocupações.

Para o presidente da Abih, em Santa Catarina, Osmar José Vailatti, a expectativa é de que turistas brasileiros consigam suprir a possível falta de argentinos, já que o país vizinho vive uma das piores crises econômicas dos últimos anos.

— O público brasileiro dá a impressão de que está mais otimista e vindo curtir as férias — afirma.

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Interior também aguarda visitantes

Além do turismo no Litoral, há expectativa de bons índices de ocupação em leitos no interior do Estado. Em algumas cidades, como Fraiburgo, já não há mais vagas para quem deseja passar o ano-novo longe da movimentação das praias catarinenses.

Vailatti acredita que há uma mudança em curso no perfil dos turistas, que passaram a dar mais importância a esses destinos menos frequentados.

Já o presidente do SHRBS, Estanislau Bresolin, pontua que esses locais têm uma rede hoteleira bem mais reduzida, quando comparada ao Litoral, o que, de certa forma, facilita a ocupação massiva dos leitos.

— A oferta de hotelaria na Serra ainda é pequena, comparado ao que tem de oferta na praia. O público da Serra vem crescendo, se desenvolvendo — diz.

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Informalidade gera renda extra a moradores do Litoral

Além dos hotéis, o público que usa serviços de aluguel de quartos ou imóveis inteiros, por meio da internet, também vem crescendo. Dados do site AirBnB mostram que Florianópolis é o destino mais procurado no Brasil para o Réveillon.

Os empresários do setor hoteleiro acreditam que esse tipo de serviço até gera prejuízo para as grandes redes, mas também ajuda pequenos empresários a divulgar vagas.

— Tem muitos pequenos hotéis que usam o AirBnB para locação. Não dá para dizer que prejudica (o setor hoteleiro). Acho que prejudica mais o governo, pela informalidade. Como ferramenta de locação, temos que admitir que é uma empresa que trabalha com muita força — diz Vailatti.

Aos que trabalham na informalidade, alugando quartos ou casas inteiras durante a temporada, esse tipo de serviço pode servir como renda extra no verão. Um estudo do Airbnb mostra que o rendimento médio de quem abre o imóvel para a locação chegou a R$ 7,6 mil, em 2017.

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A empresa ainda cita um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Fundação Getúlio Vargas, mostrando que, em 2016, a atividade foi responsável por injetar R$ 94 milhões na economia de Florianópolis. Além disso, o levantamento mostrou que turistas que usam esse tipo de serviço costumam gastar até três vezes mais do que quem fica em hotéis.

Bresolin acredita que esse público tem perfil distinto daquele que busca hotéis tradicionais, já que não procura tanto pelos serviços e dão preferência apenas por ter onde dormir quando viajam.