Com temperaturas que ultrapassam facilmente os 30ºC, o interior catarinense é um destino improvável no verão. No fim de janeiro, porém, jovens e adultos das mais diversas origens fazem as malas e rumam a Jaraguá do Sul. O Festival de Música de Santa Catarina (Femusc) é chamariz para esse grupo, que vive duas semanas de intenso aprendizado musical. Para além deles, o festival começa a atrair seu público cativo, pessoas que conhecem a cidade apenas para apreciar os mais de 200 concertos gratuitos ofertados pelo evento.
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Para o setor hoteleiro, o Femusc é o resgate do movimento de começo de ano.
– Se não tiver o Femusc, janeiro para nós é um mês morto – conta o gerente do Hotel Etalan, Everton Rodrigo Pacheco.
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Por enquanto, o hotel tem recebido apenas ligações e consultas de preços, mas a expectativa é a de ter reservas garantidas nos próximos dias. Outros hotéis jaraguaenses já contam com uma ampla lista de hóspedes.
Situado em uma região que concentra a maior parte das atividades do Femusc, o Hotel Saint Sebastian está com 70% dos leitos ocupados. Segundo a gerente comercial Cristini Menezes, parte deste número é de empresários que voltaram às atividades, porém a maioria das reservas é para o Femusc.
Neste ano, o Saint Sebastian observa uma mudança no perfil de seus hóspedes. Em anos anteriores, o hotel era a hospedagem oficial do evento, abrigando professores e grupos. Neste ano, quem ocupa os quartos são os espectadores que apreciam os concertos. Segundo Cristini, a maioria das reservas é de alunos de música de Estados como São Paulo e Rio Grande do Sul, que visitarão Jaraguá do Sul para acompanhar as apresentações.
A maioria deles vem para o festival na segunda semana do evento. Já no Hotel Itajara, além dos quartos alugados pelo próprio Femusc para os seus convidados, há um público de estrangeiros que aderiu à lista de reservas. De acordo com a proprietária Vera Lúcia Erri Wilhelm, a procura por parte de pessoas que assistirão ao evento aumentou neste ano. Além do grupo internacional, brasileiros também buscam leitos para assistirem ao festival.
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Fôlego extra para janeiro
Para Cristini Menezes, a importância do Femusc vai além do setor hoteleiro, representando um incentivo para as diversas áreas econômicas da cidade, como a gastronômica.
– O festival ocorre em um momento de baixo movimento e ele tem crescido muito ao longo dos anos. Hoje já é um evento com credibilidade e passa confiança. Jaraguá do Sul está sendo conhecida em todo o País por causa do Femusc – afirma.
Vera Wilhelm, presidente do Núcleo de Hospitalidade da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acjis), acrescenta que a média de hospedagem tem se mantido constante, com um leve crescimento nos últimos anos. Além disso, o Femusc é, a cada edição, mais conhecido no País, atraindo visitantes de diversas origens.
– O evento vem em um momento muito interessante para nós, pois fortalece a receita em uma época na qual a demanda diminui – avalia.
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Alojamentos receberão alunos
Enquanto público e professores movimentam a rede hoteleira da cidade, os alunos que participam dos cursos do Femusc hospedam-se, em sua maioria, nos alojamentos organizados pelo festival. Neste ano, cinco escolas da cidade recebem estudantes: Alberto Bauer, Albano Kanzler, Rodolfo Dornbusch, Ataíde Machado e o Colégio Evangélico. Dos 500 alunos que participam da 10ª edição, 460 utilizam esta hospedagem.
Com a chegada dos primeiros grupos ainda hoje, o dia de ontem foi reservado para organizar os primeiros alojamentos. Na Escola Alberto Bauer, os colchões já eram distribuídos nas salas, limpas pela servidora Jane Custódio Correia. Jane conta que participa da limpeza do Femusc há pelo menos quatro anos. Primeiro, há o preparo das estruturas para receber os participantes. Durante o evento, há a manutenção e, depois, uma limpeza geral garante que tudo fique em ordem.
– Acho bonito o evento e é divertido. Conheço muita gente, pessoas que falam diferente. Durante o ano, é a coisa mais diferente que faço – conta ela.