O gesto mais nobre que pode existir por parte de um ser humano. É assim que o transplantado Marco Antonio Sarquis de Campos, de 37 anos, define a doação de órgãos. Depois de conviver com diabetes desde os seis anos, o engenheiro eletricista precisou receber um rim e um pâncreas, há dois anos. A história de Marco Antonio é somente um exemplo de vida salva por causa do gesto. Para que mais pessoas tenham esse privilégio, o Hospital São José realiza hoje, no Dia Nacional do Doador de Órgãos e Tecidos, uma panfletagem pelas principais ruas da cidade, das 11h30 às 13h30.
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Marco Antonio, que é bastante religioso, esperou apenas por cinco meses para fazer a cirurgia, que ocorreu em Blumenau. Ele não chegou a fazer hemodiálise, pois ainda tinha o mínimo de função renal. Hoje, leva uma vida normal e, segundo ele, até melhor do que antes. O próprio Marco Antônio destaca a importância de conversar com a família sobre o desejo de ser um doador.
– Sabemos que ainda existe a falta de informação. É um processo muito transparente. Tive meus sonhos resgatados depois que recebi os órgãos. Na verdade, sou apenas o portador deles, quem recebeu foram todas as pessoas que me amam – conta, emocionado.
O Hospital São José continua sendo referência na região Norte na captação de órgãos. Somente neste ano foram dez captações feitas na unidade, que beneficiaram 65 pacientes do Estado do Brasil. No ano passado, foram 14 procedimentos. Desde 2008, quando o hospital foi credenciado para doação, já foram 217 órgãos, o que coloca a cidade entre as cinco melhores centros de captação do estado.
O neurocirurgião Cleber Roberto Paes, membro do Comissão Intra-Hospitalar de Captação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), ressalta que a principal dificuldade encontrada é a rejeição das famílias. Dos 22 protocolos abertos no hospital, dez foram feitos captação e os outros tiveram resposta negativa.
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O médico enfatiza que apesar de trabalhar do hospital ser referência na captação, o objetivo sempre é recuperar os pacientes. Apenas 1% dos internados com problemas neurológicos no último ano evoluiu para morte encefálica. Para diagnosticar a morte são realizadas uma série de exames, que associados constatam a morte cerebral do paciente, conforme indica o Conselho Federal de Medicina.
– Essa é a maior prova de caridade e solidariedade que o ser humano é capaz de ter. Consegue parar e analisar uma situação em meio a dor para ajudar uma pessoa que ele nunca vai conhecer – destaca.
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Por que ser doador?
Um único doador tem a possibilidade de salvar ou melhorar a qualidade de vida de mais de vinte pessoas.
O que fazer para ser um doador?
A família precisa autorizar. Portanto, comunique para a sua família o desejo.
Quando doar?
A doação de órgãos como rim, parte do fígado e da medula óssea pode ser feita em vida. Outro órgão dependem de morte encefálica.
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O que é morte encefálica?
É a parada definitiva e irreversível do encéfalo (cérebro e tronco cerebral), provocando em poucos minutos a falência de todo o organismo.
Fonte: Comissão Intra-Hospitalar de Captação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT)