O Hospital Santo Antônio, em Blumenau, está em campanha para arrecadar recursos. O objetivo agora é construir uma ala para tratamento de crianças com câncer. A unidade é referência nesse tipo de atendimento para 14 municípios do Vale do Itajaí, mas não conta com setor específico para acomodar aquelas que precisam de internação.
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A ideia é sensibilizar empresários e comunidade para tirar a obra do papel. Doações por meio do Imposto de Renda e eventos como Jantar Dourado são alguns dos caminhos que a direção encontrou para viabilizar a construção. A supervisora do setor oncológico, Heloísa Alves, explica que uma conta foi aberta para reunir todo o dinheiro destinado ao projeto.
– Temos 28 leitos pediátricos. Eles recebem crianças com todos os tipos de doença. Acontece que uma criança com câncer tem a imunidade mais baixa e precisa de uma ala separada. É isso que não temos. Então tiramos sete dos leitos pediátricos para receber esses pacientes, o que afeta o atendimento dos dois lados – explica Heloísa.
O Hospital Santo Antônio tem duas propostas para nova ala. Uma é construir a estrutura do zero, nos fundos da unidade. Outra possibilidade é readequar uma área desativada onde atualmente há um depósito. Para cada projeto, um valor diferente – estima-se entre R$ 3 milhões e 10 milhões – e autorizações distintas de órgãos públicos, por se tratar de obra às margens do Rio Itajaí-Açu.
Nas duas propostas e ideia é criar 23 leitos. Essa quantidade atenderia a alta demanda que temos e ainda teríamos a possibilidade de abranger a cobertura do serviço para até 50 cidades da região. Mas para isso também precisamos do apoio dos governantes – pontua a supervisora que acredita no apoio da comunidade, porém reforça a necessidade de aporte do governo do Estado para a obra se tornar realidade.
Sofia, de quatro anos, sente na pele a falta de um espaço adequado para o tratamento durante a internação. Há seis meses ela foi diagnosticada com leucemia, um dos cânceres com maior incidência entre os casos atendidos pelo Hospital Santo Antônio. Atualmente, a pequena faz quimioterapia duas vezes por semana e não precisa ficar na unidade por dias. Entretanto, quando a internação é necessária, surge um problema:
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– Uma das primeiras coisas que ela fala é que quer ir na sala da professora, só que muitas vezes a Sofia não pode, pois lá tem outras crianças e como a imunidade está baixa não é bom esse contato para evitar pegar outras doenças. Só que às vezes a criança fica 15 dias internada e 24h dentro do quarto é cansativo. Porque apesar do tratamento, são crianças muito ativas, não querem só ficar deitadas – defende Ângela Melo de Liz, mãe de Sofia.
Começa a venda de ingressos para o Jantar Dourado 2019, que vai arrecadar dinheiro para ala oncológica pediátrica em Blumenau
Sobre o câncer infantil
O câncer na criança e no adolescente representa de 1% a 3% de todos os casos da doença diagnosticados. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima a ocorrência de mais de 12 mil novos casos anualmente entre zero e 19 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o câncer representa a primeira causa de óbito por doença nessa faixa etária. Porém, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.