O Hospital Regional Hans Dieter Schmidt está novamente credenciado a realizar transplantes renais em Joinville.

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A portaria no 663, publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira, autoriza a instituição a realizar o procedimento cirúrgico. Com isso, mais de 180 pessoas com insuficiência renal crônica poderão passar por transplante em Joinville no período de um ano.

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O Regional perdeu o credenciamento para fazer transplantes renais em 2008. Ter um corpo médico especializado nesse tipo de cirurgia foi a principal adaptação pela qual o hospital teve de passar para voltar a realizar cirurgias deste tipo. Todos os médicos precisavam estar contratados como concursados ou como temporários.

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Em Joinville, uma equipe médica especializada em transplantes renais atuou no Hospital Municipal São José durante o período. Agora, com o recredenciamento, ela deve voltar ao Regional.

De acordo com a coordenadora de transplantes da Fundação Pró-Rim, Luciane Deboni, que é concursada nos dois hospitais, não faria sentido incorporar à equipe um médico do Regional somente por ele ser concursado. Segundo ela, bons resultados dependem de “sinergia” e “entrosamento” entre os profissionais.

Após ter a equipe regularizada, o pedido de credenciamento foi feito em março de 2013. Em dezembro, o hospital passou pela avaliação da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO), ligada à Secretaria de Estado de Saúde. Faltava apenas a resposta do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), conhecida há dez dias, mas que foi oficializada na segunda.

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O diretor clínico do Regional, Paulo Cicogna, que integra o corpo médico para transplantes, diz que a autorização veio em boa hora, pois o São José vem operando com sua capacidade máxima.

– O objetivo do credenciamento é o de atender a mais pacientes e ampliar o número de transplantes – explicou.

A meta da unidade hospitalar é transplantar de dez a 15 pessoas por mês. Conforme Cicogna, a equipe médica vai pegar o ritmo em pouco tempo e atingir esse objetivo.

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Para isso, treinamentos foram realizados com profissionais de enfermagem que dominam os procedimentos que hoje são realizados no São José. A equipe do Hospital Regional será formada por 13 médicos.

Paciente descobriu a doença no último Natal

174 pessoas estão na lista de espera de transplante no Estado. O número aumentará quando os 250 pacientes do pré-transplante estiverem preparados para a cirurgia.

O vendedor Gerson dos Santos ainda não faz parte desta lista. Ele descobriu que tinha insuficiência renal crônica na véspera do Natal passado. Gerson faz hemodiálise há sete meses e tem realizado exames periódicos para avaliar as condições de receber o transplante. Quando sentiu os primeiros sintomas, achou que estava com uma virose.

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– A insuficiência renal é uma doença silenciosa. Quando os rins estão operando com menos de 10% da sua capacidade, começam a aparecer os sintomas. Eles podem se confundir com os de uma virose e até de uma anemia – afirma Luciane Deboni, da Fundação Pró-Rim.

De acordo com ela, hipertensos e diabéticos correm mais risco de desenvolver a doença. Em casos de insuficiência renal aguda, o tratamento recomendado é a hemodiálise. Gerson faz isso três vezes por semana.