Luiz Wanderley de Souza, de 57 anos, é um ponto fora da curva no tratamento oferecido pelo Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) a pessoas com câncer de próstata. A unidade de Saúde negou radioterapia ao paciente, o que é essencial para a possibilidade de exterminar a doença que ele descobriu há um ano.
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O motivo foi explicado pelo médico Norberto Kuhner, por meio de um papel onde se lia “paciente com 140 quilos, o que impede o seu tratamento, pois o peso especificado para tratamento nos aceleradores lineares é no máximo 120 quilos no ponto de equilíbrio da mesa”.
– Toda pessoa obesa com câncer está determinada a morrer aqui em Santa Catarina? – questionou Luiz, que desde a recusa vem controlando a doença com hormonioterapia, uma solução paliativa para conter o avanço do câncer.
Unidade oferece acompanhamento nutricional
A reportagem tentou entrar em contato com o médico, mas a resposta veio da gerência técnica do hospital, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde. A informação é de que, em casos como o de Luiz, em que a doença tem avanço lento, a unidade oferece acompanhamento nutricional para atingir o peso necessário ao tratamento. A assessoria afirmou ainda que não há fila de espera no setor em questão.
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Ao saber da opção oferecida pelo Cepon e informada à reportagem, o morador de São José ficou surpreso.
– Nunca me disseram isso. Mesmo assim, seria complicado na minha idade perder 20 quilos em pouco tempo apenas com mudança na alimentação – ponderou.
Regime é uma possibilidade
O urologista Luis Felipe Piovesan, consultado pela reportagem e que não conhece o paciente, acha possível o regime em casos de câncer de próstata.
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– No geral, em 75% a 80% das ocorrências a doença tem desenvolvimento lento, o que permitiria um tempo médio para possibilitar a perda de peso. Mas cada caso é um caso – disse.
Sem esperanças de que vai conseguir tratamento em Santa Catarina, Luiz buscou hospitais de seu estado natal, o Rio Grande do Sul. De acordo com ele, um médico de Uruguaiana aceitou atendê-lo. Ao todo, serão 40 sessões em aproximadamente dois meses.
– No RS eles suportam pessoas com até 170 quilos. Terei que desembolsar uma grana para ser tratado lá, porque aqui não me aceitam – disse.
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Câncer de Próstata
No Brasil
– A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o câncer de próstata em 2014 é de 68,8 mil novos casos, ou seja, a descoberta de um caso a cada 7,6 minutos. Só para comparação, a expectativa para o câncer de mama é de 57 mil novos casos para este ano.
– Número de mortes em 2011: mais de 13 mil, ou seja, um óbito a cada 40 minutos.
– Em 2014, pode matar 12 mil homens brasileiros.
– O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
– A cada seis homens, um será portador da doença.
Em SC
– Estimativa de 2.220 novos casos em Santa Catarina em 2014, o que representa uma taxa de incidência de 69,81 casos para cada 100 mil habitantes. Em Florianópolis, a estimativa é de 120 novos casos, uma taxa de 56,43 para cada 100 mil habitantes.
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– É o segundo câncer que mais mata homens catarinenses, atrás apenas do de pulmão.