A morte de Maria Gabrieli, de apenas três meses, será investigada pela Fundação Hospitalar Santa Otília, em Orleans, no Sul do Estado. A unidade de saúde deve abrir uma sindicância para averiguar o que aconteceu nas seis vezes em que a criança foi atendida sem que tenha sido diagnosticada a infecção intestinal bacteriana que culminou em sua morte na madrugada de terça-feira, 21, já na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Tubarão, a cerca de 50 quilômetros de Orleans.
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O prefeito de Orleans, Marco Antonio Bertoncini Cascaes, emitiu uma nota de pesar depois de ligar para Andreza Pacheco, tia do bebê, para tomar conhecimento dos fatos.
Com sintomas como vômito e diarréia, Maria Gabrieli foi levada ao pronto-socorro por sua mãe, Tatiana Martins de Souza, desde quarta-feira, 15. Agora a família luta por justiça. Andreza, a tia do bebê, já organizou uma manifestação em frente à Fundação Hospitalar Santa Otília e marcou um novo protesto para esta terça-feira, às 19h30min, em frente ao Cemitério Municipal de Orleans.
– Diziam que era só uma desidratação devido ao calor. Na primeira vez foi um médico que atendeu, colocou-a no soro para dar uma hidratada. Nas outras vezes sempre foi a outra médica. Ela disse que era só desidratação, que era para continuar dando soro via oral. Na sexta-feira a noite ela esteve lá novamente e voltou para casa da mesma forma. Na segunda-feira, como não houve melhora, ela (Tatiana) levou novamente ao hospital e a mesma médica atendeu. Ela disse que não tinha nada, que não precisava se preocupar – conta Andreza.
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Gabrieli era prematura e gêmea de Maria Eduarda, que passa bem. A bebê, que pesava cinco quilos, perdeu 1,100 kg em uma semana. Na segunda-feira pela manhã, última vez que levou Gabrieli ao hospital em Orleans, Tatiana entrou em desespero e pediu ajuda à Andreza, que decidiu levar a menina ao hospital de Tubarão.
– Ela me ligou e disse que queria que eu visse, porque a Gabrieli estava diferente, que ela estava gemendo. Quando eu cheguei e peguei a Gabrieli no colo, ela estava praticamente morta. Estava com uma cor diferente, com os olhinhos bem caídos e gemendo o tempo todo. Então eu disse que ia levar em Tubarão. Quando saímos daqui, já era quase meio dia. Quando chegamos lá, passamos por uma triagem, tinha quase 40 pessoas para atender, mas nos passaram na frente e chamaram o pediatra. Ele olhou, disse que o caso dela era muito grave e mandou direto para a UTI – relata a tia.
Sem melhora, Gabrieli morreu 13 horas depois de dar entrada ao Hospital Nossa Senhora da Conceição. Agora a família pretende denunciar a médica ao Conselho Regional de Medicina e pedir seu afastamento da Fundação Hospitalar.
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– Não foi negado atendimento nenhum, todo o atendimento foi dado. Tinha plantão 24 horas, o atendimento foi dado, mas sobre a conduta médica a gente tem que abrir uma sindicância pra ver o que aconteceu – declarou a diretora-presidente da Fundação Hospitalar, Cláudia Zomer, por telefone.
Também por telefone, a mãe da médica que atendeu Gabrieli na Fundação Hospitalar afirmou que ela não dará nenhuma declaração sobre o caso até que sejam apurados os fatos. ?