Na UTI do Hospital Florianópolis, no bairro Estreito, 10 camas novas estão prontas para receber pacientes, mas nunca foram usadas por falta de técnicos de enfermagem. Desde a reabertura do centro na semana passada, parte dos doentes da região continental da Grande Florianópolis tem fugido das filas do Hospital Regional de São José, mas a falta de pessoal no novo hospital está fazendo com que muitos dos pacientes se frustrem e passem ainda mais tempo aguardando.
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Quem circula pelos corredores do Hospital Florianópolis não fica indiferente ao cheiro de equipamentos novos, tinta fresca e produtos de limpeza. Também estranha as salas vazias – não por falta de pacientes, mas pela ausência de profissionais para atendê-los. O ambiente mais movimentado é a recepção, onde dezenas de pessoas aguardam até quatro horas pelo atendimento.
A direção do hospital afirma que 40 técnicos e auxiliares devem começar a trabalhar na próxima semana, chegando ao total de 590 funcionários. Eles foram contratados temporariamente enquanto aguardam o resultado de um processo seletivo com prova marcada para 23 de fevereiro.
Os doentes, entretanto, não param de chegar: são em média 300 por dia. O hospital reaberto atende pacientes de oito cidades da Grande Florianópolis.
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Desde que o Hospital Florianópolis passou a ser administrado pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), em dezembro, as contratações são feitas pela lei trabalhista comum, e não mais por concursos públicos.
A secretária da Saúde do Estado, Tânia Eberhardt, diz que ideal seria ter aberto o hospital completo, mas a preferência foi atender o público com o que já havia disponível. Diretora do Hospital Florianópolis, Sirlene Dias Coelho explica que a falta de capacitação na saúde pública complica a situação. Ela afirma que foram abertos vários processos seletivos, mas muitos dos interessados desistiram ou não tinham nenhuma experiência na área.
Um trabalhador do hospital, no entanto, aponta a precarização das condições de emprego como razão da baixa procura pelas ofertas. As vagas abertas, reclama ele, estão com salários muito baixos.
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