O Hospital Regional de Araranguá, no Sul de Santa Catarina, foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (23), que investiga fraude e desvio de verbas públicas. Os envolvidos — que incluem médicos, cooperativas e órgãos públicos — teriam participado de um esquema que pagava serviços que não eram prestados.

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Segundo a PF, a inquérito foi aberto em setembro de 2020, e investigou a destinação de produtos médicos, hospitalares e odontológicos a uma unidade hospitalar cuja gestão era efetuada por uma organização social. A polícia usou como base da investigação irregularidades e incoerências nas documentações apresentadas para justificar os gastos. Conforme a apuração, a suspeita é de que as contratações podem ter causado mais de R$ 4 milhões em prejuízos.

Os investigados, de acordo com a PF, são médicos, cooperativas e empresas prestadoras de serviços médicos, escritório de contabilidade e órgãos públicos de Araranguá, Timbé do Sul e Balneário Camboriú, além de cidades no Paraná e Espírito Santo.

De acordo com a Polícia Federal, nesta quarta, a operação de busca e apreensão foi feita com o objetivo de esclarecer a extensão dos danos causados, entender o envolvimento dos investigados e perceber a participação de servidores públicos no esquema de fraude.

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Em nota, o Instituto Maria Schmitt (Imas), entidade gestora do Hospital Regional de Araranguá, disse que a organização colaborou com a ação policial e “colocou à disposição da investigação todos os documentos solicitados”. Além disso, o comunicado esclareceu que nenhuma outra unidade da entidade foi alvo da operação de busca e apreensão.

No caso de comprovação de fraude, os investigados poderão responder pelas práticas dos crimes de organização criminosa, peculato, além de fraude, das quais as penas cumuladas podem chegar a 28 anos de prisão.

Veja a nota na íntegra

O Instituto Maria Schmitt-IMAS, entidade gestora do Hospital Regional de Araranguá, em respeito à sociedade e imprensa vem a público esclarecer sobre a presença de agentes da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 23 na unidade hospitalar e também em sua sede administrativa.

O IMAS está colaborando com a ação e colocou à disposição da investigação todos os documentos solicitados. Vale destacar que essa documentação já havia sido entregue desde o ano passado, como resposta a esse mesmo processo promovido pela secretaria de Estado da Saúde- SES.

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Na época, os apontamentos foram dirimidos e confrontados, bem como apresentados à secretaria, que por obrigação também noticiou o fato à Polícia Federal, que agora busca também esclarecimentos.

O IMAS que sempre prezou pela transparência e lisura nas suas ações, acredita que este procedimento investigativo é normal tendo em vista que a entidade administra dezenas de unidades de saúde no país. Importante ressaltar que nenhuma outra unidade foi visitada pela Polícia Federal.

Por fim, expressamos nosso respeito às instituições de estado, tenham elas status de apuração, investigação e correição, reafirmando nosso compromisso com a transparência e a rigorosa apuração de irregularidades no estrito limite da observância dos princípios democráticos.

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