Uma área de isolamento não foi criada no Hosptital Celso Ramos para os pacientes infectados pela bactéria KPC, em Florianópolis, por falta de pessoal treinado para lidar com o protocolo necessário. A informação é de Ida Zoz, coordenadora estadual de combate à infecção de Santa Catarina, que admitiu que muitos profissionais foram contratados há pouco tempo no hospital e ainda não receberam treinamento para situações em que o risco de contágio faz com que o isolamento dos pacientes contaminados seja necessário.
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Ao invés de estarem isolados, os pacientes estão na unidade de tratamento intensivo e semi-intensivo, junto com outros pacientes. Para evitar o contágio e a transmissão da bactéria, que tem um índice de mortalidade de 50% dos infectados, a coordenadoria recomenda que a higiene seja redobrada no contato com os pacientes inclusive pelos visitantes do Hospital Celso Ramos, que devem adotar medidas como evitar circular no hospital e não tocar nos familiares internados sem higienizar as mãos com álcool.
Surto da bactéria KPC em Florianópolis
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Segundo a coordenadora, o Hospital Celso Ramos, maior de Florianópolis, passou por um surto da bactéria KPC e agora se encontra em estado de alerta, com a infecção controlada. No momento há duas pessoas infectadas e quatro com colonização, termo médico para pacientes que têm a bactéria na pele, mas não manifestam a doença.
Pessoas infectadas pela KPC tem um índice de mortalidade de 50%. O tratamento é feito com uma combinação de antibióticos, mas nem sempre a alternativa dá resultado.
Zoz declara que a situação está controlada porque todas as pessoas internadas são submetidas a exames, nenhum novo caso foi encontrado em mais de uma semana e vários dos pacientes que tiveram a infecção já tiveram alta. A coordenadora de combate a infecção ressalta que um paciente contaminado chegou de um hospital do interior com o KPC. Por medida de precaução as cirurgias eletivas foram canceladas e as visitas reduzidas.
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Mesmo com o surto não há motivos para pânico. Todos têm a bactéria no intestino e a doença só se manifesta em pessoas com imunidade baixa como portadores de doenças crônicas como insuficiência renal e câncer. Por serem obrigadas a tomar muitos medicamentos o KPC adquire resistência.
A bactéria
A bactéria KPC (Klebsiella pneumonia Carbapenemase) é um microrganismo que foi modificado geneticamente no ambiente hospitalar e que é resistente às drogas existentes. Os primeiros casos do microorganismo foram detectados em pacientes internados em UTI, nos Estados Unidos.
No Brasil, segundo a Anvisa, já foram identificados 135 casos desde 2010. O contágio ocorre basicamente dentro do hospital, pelo contato com secreções do paciente infectado, desde que não sejam respeitadas normas básicas de desinfecção e higiene.
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