Horário de verão costuma ser associado a mais tempo para fazer as atividades. Dias mais longos com aquela claridade presente ainda ao fim do horário comercial. Em teoria, afeta as pessoas somente nos primeiros dias até o corpo se acostumar ao relógio diferente. Uma prática econômica do poder público, no entanto, faz do horário de verão algo que afeta o dia a dia de quem depende de operações administrativas nas prefeituras. Com a justificativa de economizar em energia elétrica e materiais de consumo, nesta época do ano várias prefeituras optam por expedientes reduzidos de seis horas diárias, limitando a um turno o atendimento aos moradores.

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Em Blumenau, o horário de verão na prefeitura deixou de ser adotado em 2013. Nos anos anteriores o município alterava a escala tradicional (das 8h às 17h30min) para um expediente das 7h30min às 13h30min, com a expectativa de economizar até R$ 500 mil em despesas administrativas, como consumo de materiais e energia elétrica. Hoje, das maiores cidades do Vale do Itajaí, somente Blumenau e Gaspar não fazem a redução. O prejuízo à população foi citado pelos governantes como uma razão para abandonar a prática.

Em municípios como Indaial e Brusque quem precisar da prefeitura às 14h já vai dar de cara com portas fechadas. O expediente diferenciado começou junto do horário oficial de verão neste mês e dura até, pelo menos, o dia 31 de dezembro (confira acima os horários de atendimento). Por ser um ano de transição nas prefeituras após as eleições, o atual líder do Executivo de cada cidade não pode ampliar o decreto até janeiro. Em outros lugares, no entanto, o horário de verão invadiu as outras estações do ano, como é o caso de Pomerode, em turno único desde julho:

– Decidimos antecipar o horário de verão na administração pública para reduzir custos. Houve uma queda de receita no município e precisamos fazer as contas fecharem no fim do ano. Diferente de uma empresa, que perde dinheiro se não trabalha, no órgão público ficar um período fechado traz uma economia considerável – explica a secretária de Administração de Pomerode, Mônica Susan Zimmer.

Ela assume que a medida não foi das mais populares entre os moradores, mas defende a necessidade. Além do atendimento administrativo na prefeitura, serviços de manutenção da secretaria de Obras também estão ocorrendo somente entre 7h e 13h. Ainda não há uma expectativa de quanto o município deve economizar, mas Zimmer acredita que a diferença ajudará a equilibrar os cofres.

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Turno único o ano inteiro

Além do caso de Pomerode, existem cidades que preferiram adotar o expediente reduzido o ano inteiro. No Vale, Rio do Sul, Camboriú e Balneário Camboriú são exemplos. Em Rio do Sul a prefeitura atende das 7h30min às 13h30min desde junho de 2014, com a justificativa de reduzir custos da máquina pública. O mesmo ocorre em Balneário Camboriú, onde a porta fica aberta somente à tarde. Pastas como educação, saúde e assistência social mantêm o expediente normal nas cidades que adotam o horário de verão pois são consideradas essenciais.

Celesc espera economia de 4,5%

O horário oficial de verão que adiantou os relógios no último fim de semana deve trazer uma economia de 4,5% no uso de energia elétrica em Santa Catarina. Ao menos é o que espera a Celesc, que vê a alteração como um refresco para o aumento do uso da rede no verão com equipamentos como ar condicionado. Em termos mais práticos, a porcentagem economizada pelas previsões da Celesc é a quantia suficiente de energia para abastecer uma cidade do porte de Gaspar por 30 dias.