Um quinto das consultas médicas diárias nos Ambulatórios Gerais (AG) da Velha e do Garcia ocorre no novo horário de atendimento: das 21h à meia-noite.

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A educadora Alice Lima Santana, 29 anos, é uma das pessoas que procurou o Ambulatório Geral Irmã Marta Kunzmann, no Garcia, desde 15 de abril, quando as duas unidades passaram a abrir mais três horas por dia. Na 35ª semana semana de gestação, a professora recorda que já foi ao AG do Garcia pelo menos quatro vezes desde que o funcionamento foi estendido até a meia-noite:

_ Acho importante este horário, porque às vezes passamos o dia inteiro mal, chega a noite e o mal-estar não passa. Então tem o AG como opção ao hospital.

Nos primeiros 76 dias de funcionamento dos Ambulatórios Gerais da Velha e do Garcia até a meia-noite, 2.889 pessoas já buscaram atendimento médico no novo horário. Neste período, em média, 38 pessoas foram atendidas todos os dias. Em maio*, o número de atendimentos nestas três últimas horas representou 18,9% das consultas diárias realizadas nas duas unidades que atendem uma área com um terço da população da cidade: cerca de 110 mil blumenauenses.

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>> Confira as tabelas que mostram um balanço das consultas nos AGs e em quais situações procurá-los. <<

O novo horário dos ambulatórios também serve para quem mora fora da região dos AGs como opção ao pronto-atendimento em hospitais. Depois de sair do Bairro Passo Manso e ter o atendimento recusado no Hospital Santo Antônio, o marceneiro Fernando Reiter, 57, descobriu que o genro poderia ser atendido com mais facilidade no AG da Velha. O tintureiro Valdemir Rosa Santos, 46, saiu do Bairro Fidélis e atravessou a cidade para levar o filho ao AG do Garcia:

_ É bom que esteja aberto no horário estendido, porque senão teria que ir ao hospital e ficar na fila.

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O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Bernard van de Meene, observa que os conselhos regionais mostram uma avaliação positiva dos usuários do novo horário. Secretária de Saúde, Maria Regina de Souza Soar explica que os atendimentos depois das 21h são de demanda espontânea, diferente do atendimento diurno, que concentra consultas agendadas.

Hospitais sentem redução nos atendimentos de urgência

O Hospital Santa Isabel registrou redução que varia de 4,9% a 10% nos atendimentos do SUS desde que os dois ambulatórios passaram a funcionar em horário estendido, segundo o diretor administrativo e financeiro, Vilson Alberti Santin. Porém, o administrador acredita que é cedo para avaliar o impacto:

_ Como saúde é demanda espontânea, há sazonalidades.

O gerente-geral do Hospital Santo Antônio, Luiz Carlos Fonseca de Mello, aponta a necessidade de educar a população para compreender quando procurar o hospital ou um AG (veja na tabela). No Santo Antônio, o impacto no pronto-socorro foi menor, com redução de cerca de 2% nos atendimentos.

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*O mês foi escolhido por ser o primeiro em que o novo horário funcionou todos os dias e o único com dados totais de atendimentos médicos segundo a Secretaria Municipal de Saúde.