O movimento mundial que pretende apagar as luzes por 60 minutos no sábado a partir das 20h30min, em um ato simbólico pela preocupação com o aquecimento global, também terá a adesão em Santa Catarina.

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Os municípios de Itajaí, Blumenau, Joinville, Balneário Camboriú, Corupá (Norte) e Pinhalzinho (Oeste), além de Florianópolis, declararam a participação na Hora do Planeta e irão desligar as luzes de seus monumentos mais importantes. Na Capital, serão apagadas as luzes da Ponte Hercílio Luz, um dos principais cartões-postais do Estado.

No país, monumentos como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e prédios públicos como o Congresso Nacional, em Brasília, ficarão às escuras. Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Rio Branco (AC) estão entre as capitais que comunicaram adesão ao movimento.

Na terceira edição, a Hora do Planeta tem a intenção de alcançar mais de um bilhão de pessoas em mil cidades ao redor do mundo.

Os organizadores estimulam que qualquer pessoa apague a luz e reflita sobre o ambiente no horário indicado. Trata-se de uma espécie de reflexão coletiva, que pode envolver famílias, escolas ou grupos de amigos.

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Em Blumenau, para citar um exemplo, a Unimed desligará as luzes de sua sede para reforçar o movimento.

WWF garante que efeito estufa está aumentando

A rede WWF, organizadora do movimento no mundo, quer engajar e mobilizar a sociedade para manifestar a preocupação com o problema do aquecimento global. A rede trabalha com a perspectiva de que as mudanças climáticas sempre aconteceram no mundo. Entretanto, está aumentando a concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera – fenômeno provocado pelas ações humanas.

No Brasil, que participará pela primeira vez da Hora do Planeta, a idéia é conscientizar a população sobre os problemas gerados localmente. O desmatamento é o principal deles, representando 75% do total de emissões brasileiras do monóxido de carbônico (CO2), principal causador do aquecimento global. Como a nona economia mundial, a organização ambiental espera que o país seja um líder nas negociações com outros países para a diminuição da emissão de gases.

Além da busca pela conscientização, a Hora do Planeta é uma das maneiras encontradas pelo WWF para mostrar a manifestação social para que seja assinado, na Dinamarca, em dezembro, o Acordo Global de Clima, tratado da Organização das Nações Unidas (ONU).

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O documento, envolvendo cem países, deve estabelecer as metas e regras para combater as mudanças climáticas e o aquecimento global através da diminuição das emissões pelos países.

De acordo com informações do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), a manutenção dos ecossistemas, dos ciclos hídricos e da produção de alimentos depende da temperatura do planeta. Aumentando em mais 2ºC a temperatura média do planeta, segundo o IPCC, a vida humana poderá estar comprometida na Terra.

Ambientalistas de SC defendem iniciativa

Diminuir o consumo de energia durante uma hora, proposta da Hora do Planeta, pode ser o início de uma relação mais responsável com o ambiente. É o que pensam pessoas ligadas a movimentos ecologistas em Santa Catarina.

Para o coordenador da Federação das Entidades Ecologistas de Santa Catarina (FEEC), Alexandre Lemos, tudo o que envolve o ser humano, como o consumo, tem reflexo no ecossistema. Para ele, qualquer atitude que alavanque a mudança de paradigmas é importante.

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– A Hora do Planeta é importante porque dissemina a consciência de que precisamos tomar uma nova postura no cotidiano – avalia.

O presidente da ONG Aliança Nativa, Rodrigo Brisighelli Salles, diz que, somente com a mudança cultural é que as diferenças no planeta poderão ser notadas. A Hora do Planeta, para ele, pode ser o primeiro passo para a criação de novos critérios de consumo, cada vez levando mais em consideração a necessidade da preservação. Na opinião de Salles, o tema deveria ser mais intensificado, especialmente com a inserção de uma matéria de educação ambiental no currículo do ensino fundamental.

A coordenadora administrativa do Instituto Sócio-Ambiental Campeche, Tereza Cristina Pereira Barbosa, ressalta que o ato pode alertar as pessoas do quanto se gasta no mesmo momento, mundialmente, com a energia. Segundo ela, as energias têm um fundo de destruição, principalmente na Europa, onde as fontes de energia são bastante poluentes.

– As pessoas precisam entender suas responsabilidades o mais breve possível. Já vemos que o planeta passa pela homeostase, uma auto-recomposição depois da destruição humana. O planeta responde às ações humanas com a busca pelo seu próprio equilíbrio.

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