Depois de repetir o time sete vezes seguidas, um recorde neste século, o desempenho até agora insatisfatório nos dois jogos disputados na Copa do Mundo levanta dúvidas sobre a necessidade de Felipão mexer no time, no esquema e até na forma de jogar.

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O próprio Luiz Felipe Scolari abriu o horizonte das mudanças no time após o frustrante empate com o México, em Fortaleza, com hino à capela e tudo.

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– Pode ter uma outra alteração aqui e ali – afirmou o técnico.

Nada substancial, é bom que se diga. Felipão enfatizou que não pretende operar cirurgias. Não é médico de paciente doente. Mas o corpo ainda não se mostrou saudável como na Copa das Confederações. A tendência é repetir, diante de Camarões, o time que chegou titularíssimo aos olhos do torcedor. Só que esta pode ser a última chance para alguns. Há dúvidas que antes não existiam.

A primeira nasceu no Castelão: Hulk. Felipão lamentou a chance de perdê-lo, quando ainda não se sabia a extensão de seu problema muscular. O time se acostumou a jogar com ele, especialmente pela fundamental movimentação com Neymar e Oscar.

A necessidade de dar suporte à avenida Daniel Alves, que vai, e volta se der, pesou na escolha por Ramires. Não foi só precaução. Do contrário, a opção seria Willian ou Bernard, que entrou no intervalo. Apesar da descalibragem ofensiva, o desempenho defensivo melhorou em relação à estreia. O México teve chances de fora da área, enquanto os croatas chegaram na cara de Julio César.

A outra também é no lado direito. Pessoas muito próximas a Felipão sugerem que Maicon terminará a Copa como titular, quem sabe até para não sacrificar Hulk, um dínamo de energia e disciplina. Mas a terceira alteração possível, a partir da deixa de Felipão, esta sim, é de um jogador fundamental: Paulinho.

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Paulinho ameaçado no meio de campo

Até quando esperar que ele retome o futebol do ano passado, após uma temporada errante no Tottenham? Em um torneio curto, nem sempre isso é possível. Ainda não

se viu aquele Paulinho que defendia como zagueiro, que infiltrava como meia e que fazia gols – foram dois em cinco jogos na Copa das Confederações, um deles decisivo, contra o Uruguai. Nem seu bom cabeceio apareceu. Antes, as jogadas passavam sempre por ele.

Talvez seja o tornozelo esquerdo, que tirou Paulinho do amistoso contra o Panamá. O fato é que o motor do meio-campo está falhando, e com ele o carro anda mais devagar.

Fernandinho é destaque nos treinos. Hernanes, que virou meia na Itália, entrou em todos os jogos na campanha do título, ano passado, e também é candidato.

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O treino, antes visto apenas como reforço do entrosamento, pode indicar mudança de rumo a partir do desempenho nas duas primeiras partidas da Copa – conforme a porta

aberta pelo próprio Felipão. A começar por hoje, quando a Seleção se reapresenta após o segundo dia de folga desde o começo da preparação.