Para grande parte das mulheres, a amamentação representa muito mais do que nutrição do bebê: simboliza um momento de intimidade, troca de afeto e estabelecimento de vínculo. Justamente por esse motivo, romper com esse laço pode se tornar um desafio.

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Mãe do pequeno Jan Felipe, dois anos, Jéssika Assmann sabe muito bem o que isso quer dizer. Natural de Canela, ela recentemente foi aprovada no concurso da Brigada Militar para bombeiro e agora passa por um curso de formação em Taquara. Todos os dias, dirige de uma cidade a outra para conseguir amamentar o filho (em algumas ocasiões, repete o trajeto até quatro vezes). Já pensou em desistir por conta do deslocamento. Mas, ao perceber a reação negativa de Jan, voltou atrás:

– Vou amamentá-lo enquanto sentir que está sendo saudável para seu crescimento.

A experiência de Jéssika repete a história de muitas mulheres que além de conciliar trabalho carreira, vida pessoal e filhos, têm de administrar o sentimento de culpa que surge quando o dever chama e é preciso distanciar-se dos filhos.

Embora alguns médicos recomendem que a amamentação não ultrapasse os dois anos, o pediatra Benjamin Roitman explica que a Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria não impõem nenhuma restrição. Quanto mais contato com o leite materno, mais fortalecido estará o sistema imunológico da criança.

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– Se está bom para a mãe e para o filho, ela deve ser mantida. Mas é importante estabelecer limites, para que o peito não seja visto como um brinquedo – explica Roitman.

A psicóloga clínica Alessia Carpes diz que a hora certa do desmame vai depender muito da relação mãe-bebê. Se há a possibilidade de continuar a amamentação, sempre vai ser melhor, até pela criação de vínculo emocional e físico. É necessário fazer gradativamente essa separação. A criança está criando sua autonomia, e a mãe está recuperando a sua.

Deve-se substituir aos poucos o leite materno, explica Alessia, e fazer a criança entender o processo por meio de muita conversa. Outra estratégia, segundo ela, pode ser o uso de atrativos lúdicos.

Essa foi a ideia da analista de mídias sociais Paola Veiga Macchi Kendzerski, que parou de amamentar aos seis meses, mas adotou a hora do banho como momento de maior proximidade com sua filha Rafaela, de nove meses:

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– É uma situação tão boa entre mãe e filha que, quando termina, chega a dar saudade.

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