O presidente do Figueirense, Francisco de Assis Filho, disse que o ex-gestor Claudio Honigman fez um saque na conta do clube após o rompimento unilateral do contrato com a Elephant. Os valores não foram informados.
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— Infelizmente, é verdade. Estamos levantando os valores. Ele sacou tudo e colocou na conta dele. Vamos atrás. Vamos processá-lo — afirmou Chiquinho ao participar do "Debate Diário" desta terça-feira (24), na CBN Diário.
O dirigente aproveitou para convocar o torcedor para o jogo contra o Bragantino, às 21h30min desta terça-feira, no Orlando Scarpelli.
Chiquinho afirmou que, somente após o rompimento unilateral, feito pela associação com a Elephant na sexta-feira (20), foi possível acessar dados contábeis do clube, que desde agosto de 2017 mantinha parceria com a empresa para comandar o futebol.
— A gente não tinha como conferir contabilmente aquilo que se dizia, se comentava. Ontem (segunda-feira, 23), nós tivemos. Ontem identificamos que foi feito um depósito de R$ 2 milhões no dia 20 de agosto, antes do WO, e uma série de irregularidades em movimentações financeiras — disse.
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O uso desses R$ 2 milhões poderia ter evitado a negativa de entrar em campo dos jogadores contra o Cuiabá, exatamente dia 20 de agosto, resultando na derrota por WO.
— Ele ficou segurando até o dia 27 para dar impressão de que ele faria o aporte, quando na verdade o dinheiro era do Athlético Paranaense — disse Chiquinho no Debate Diário.
Além dos problemas financeiros, o Figueirense está às voltas com a entidade máxima do futebol brasileiro. Cláudio Honigman formalizou à CBF um pedido de desistência do Campeonato Brasileiro da Série B.
Se o documento for considerado válido, o Alvinegro estará sujeito ao regulamento do campeonato, que prevê a suspensão automática do clube de todas as competições organizadas pela CBF. Com isso, o Figueira só poderia voltar a atuar na Série D, após a suspensão. A entidade encaminha o caso para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
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Chiquinho alega que todas as medidas tomadas por Honigman após o distrato unilateral, inclusive o pedido junto à CBF e o saque, são ilegais. Mas ressalva que a entidade não sabe dos problemas internos do clube.
— A CBF não tem bola de cristal. Quando Honighman fez a comunicação à CBF, o contrato já estava rescindido. Ele não teria poder para isso. Esse poder foi cassado no momento em que foi rescindido o contrato. A partir do momento que se esclareça a CBF, isso se resolve.
Chiquinho também reforçou que a rescisão do contrato foi unilateral, mas isso não significa que seja inválida. O próprio contrato determina as condições para que ela aconteça, garantiu.
— No momento em que foi feita à rescisão, encaminhei para ele (Honigman) formalmente uma alteração no contrato social onde eram restituídas as cotas de 95% da empresa Figueirense Ltda à associação, pela falta de cumprimento, falta de investimentos. A Elephant só recebeu 95% da Ltda porque havia expectativa de investimentos que não foram feitos. Mandamos a ele essa notificação e demos prazo ate 16h de ontem (segunda, 23) para que assinasse. Vamos ser bem sinceros, não esperava que assinasse, não. Ao invés disso, ele notificou à CBF o pedido de retirada do Figueirense da competição.
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O passo seguinte à notificação foi ir à Justiça, prossegue Chiquinho:
— Às 16h01min, não tendo sido assinada a alteração do contrato social, ingressamos com medida judicial, para que os efeitos dessa assinatura pudessem ser considerados, ou seja, para que mesmo ele não assinando, o Figueirense tenha controle absoluto da empresa, por decisão judicial.
A liminar, segundo Chiquinho, saiu por volta das 22h de segunda-feira.
— Estão anulados os atos anteriores, inclusive o saque ilegal que ele fez ontem na conta — reforçou o presidente.
Chiquinho também lembrou que o clube, quando fez a parceria, não sabia que Honigman acabaria entrando e ficando à frente do negócio. O acionista da Elephant, até abril deste ano, era Cláudio Vernalha, e o primeiro CO, em 2017, foi Alex Beugeoirs.
— Nunca contratamos o Claudio Honigman. Nunca fizemos contrato com ele.
Ouça a participação de Chiquinho de Assis no Debate Diário desta terça, na qual houve até um momento de descontração quando a vitória do Avaí entrou na pauta. Chiquinho falou da parceria carnavalesca com o presidente do Avaí:
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— Battistotti foi meu colega de cuíca na Protegidos. Mas já me aposentei por tempo de serviço…
Depois do programa, a produção buscou contato com Claudio Honigman, por meio de seu assessor de comunicação Bruno Ribeiro, que até as 16h15min não havia respondido.
