Cerca de 140 pessoas morreram na sexta-feira em um ataque de homens armados procedentes do Sudão do Sul, no sudoeste da Etiópia, informou neste domingo o governo etíope.

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Segundo o chancelaria etíope, homens armados da etnia Murle atacaram Gambella e causaram quase 140 mortos, além de sequestrar muitas pessoas.

Os Murle são uma tribo sul-sudanesa baseada essencialmente no estado oriental de Jonglei, no Sudão do Sul, que costumam fazer ataques nas regiões vizinhas para roubar gado.

Na região de Gambella, na fronteira sul-sudanesa, vivem etíopes da etnia Nuer (uma das duas principais do Sudão d Sul junto com os Dinka), e também 272.000 refugiados sul-sudaneses, que fugiram da guerra civil em seu país.

“Nossas forças armadas perseguem os atacantes e mataram muitos deles”, afirmou o porta-voz da chancelaria, Tewolde Mulutega, sem dizer se seu exército entrou em território sul-sudanês.

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O Sudão do Sul proclamou independência em julho de 2011, após uma década de conflito com Cartum, mas apenas dois anos e meio depois voltou a entrar em guerra por divisões político-étnicas no exército, estimuladas pela rivalidade entre o presidente Salva Kiir e seu ex-vice-presidente Riek Machar.

Milhares de pessoas morreram na guerra e vítimas das atrocidades cometidas pelos dois lados. Mais de 2,3 milhões foram obrigadas a abandonar suas casas.

Apesar da assinatura de um acordo de paz entre o governo e a rebelião, a violência nunca deu trégua.

* AFP